Murmúrios surgem no horizonte, em forma de prece.
Aqui perto, outra voz responde.
Em comum, a dor da perda.
Entre o eco e o agora, “Simbron” habita na revolta e na esperança.
É no trânsito entre as diversas rotas da diáspora que se forja o som e as histórias que compõem o trabalho artístico de Fidju Kitxora. Se em "Racodja" - disco de estreia lançado em 2024 - descobrimos uma forma de reordenar linguagens e tradições numa música viva que cruza os ritmos quentes do semba, kuduro e funana, com as possibilidades do sampling e das gravações de campo, em “Simbron”, single que antecipa o novo disco a ser lançado em 2026, outras portas se abrem.
A palavra — esse território onde nos reconhecemos como humanos — ocupa aqui o centro. Não só porque é ela que nos chama para dentro da música, mas sobretudo porque nos atravessa. Cruzando a letra de Vado Más Ki Ás para o tema “Nu sta Forti”, em homenagem a Odair Moniz, com o sample de “Porton D’nos Ilha” dos Tubarões, “Simbron” é um desabafo, choro e manifesto.
E a pergunta permanece, sempre: estamos a escutar? Todos?

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