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domingo, 13 de junho de 2004
TERRAKOTA - Húmus Sapiens (Zona Música)
Se há discos que trazem África no coração, “Húmus Sapiens” dos Terrakota é disso o exemplo maior. O grande passo para que este disco pudesse respirar continente Aficano foi dado logo no momento em que os músicos embarcaram para Dakar no Senegal, rumo aos estúdios Xipi de Youssou N´Dour, com vista a registarem os 10 temas que compõem este disco.
Mas apesar de estarem rodeados pela cultura e pelos cheiros da terra mãe África, a banda não esqueceu outras paragens. Em “Omohumanidadecidade” somos levados numa viagem à Amazónia no Brasil. Um tema com ritmos que nos fazem querer aprender a dançar a capoeira. Já em “Monsier Bla Bla”, uma guitarra acústica, misturada em dezenas de outros sons, é dedilhada com alma cigana. Por momentos somos levados até Espanha para assistir a uma qualquer dança flamenga.
O restante do disco, como se disse, bebe todas as influências na música africana. Até a capa do cd nos consegue transmitir muito da cultura daquelas paragens. Os desenhos de Pedro Feijão têm as cores quentes da terra, enquanto as fotografias nos mostram uma forma de viver a vida que julgávamos já quase não existir.
São ao todo 10 temas de ritmos quentes e contagiantes, aqueles que podemos ouvir em “Húmus Sapiens”. É difícil dizer se aquilo que os Terrakota criam poderá ser considerado como World Music. Se entendermos o conceito de World Music como uma música de raízes, onde os músicos se limitam apenas a recriar temas já existentes, temos a plena convicção de que este disco não pode ser arrumado nesta prateleira. Mas se virmos a Word Músic como uma música que não é estática e que se pode recriar a partir de raízes já existentes, aí sim podemos dizer que os sons que os Terrakota criam são sons que pertencem ao mundo.
Como se comprova facilmente isto é um outro tipo de World Music. Os Terrakota têm uma forma muito singular de entender tudo aquilo que os rodeia. Têm uma maneira muito própria de transformar sentimentos em música. E é isto que faz a diferença na música que criam. São únicos e ganham por serem originais na forma de ser e estar.
“Húmus Sapiens” é um disco do mundo, feito para ser escutado com os olhos postos em África. Só um grande disco nos faria viajar tão depressa em tão poucos minutos.
Partimos rumo a um outro continente, um lugar que vem retractado nos livros de história de Portugal como sendo mágico.
E também a música dos Terrakota é mágica…
Nuno Ávila
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