domingo, 29 de julho de 2007

[F.E.V.E.R.] - “4st” (RagingPlanet)



Há quarta foi de vez. Para trás ficam dois Eps, um disco de remisturas e um single. Chegam finalmente ao formato grande os [F.E.V.E.R.] .
Meta-se na panela um pouco de rock, depois junte-se umas gramas de metal, adicione-se um travo de gótico, e polvilhe-se com umas pitadas de industrial. Depois leve-se ao forno para ganhar gosto. Sirva-se o prato acompanhado de um bom gin, daquele que arranha a garganta. No menu, chame-se a este petisco simplesmente [F.E.V.E.R.] .
Em “4st” os [F.E.V.E.R.] estão novamente, musicalmente em grande. Não perdem a sua mestria. Este é um disco cirúrgico feito de muitos pormenores.
Estamos perante um registo que tem apenas na masterização, feita por Tom Baker no Precison Mastering (Marlin Manson, Nine Inch Nails), um sentido de produto final que poderia ter sido olhado de outra forma. Passo a explicar: a voz do Fernando está demasiado embrulhada na restante massa sonora e isso por vezes causa algum ruído. Pedia-se aqui um som mais repartido, onde todos se pudessem fazer notar.
Mas se a ideia de Tom era a de que a voz jogasse como mais um instrumento, então aí a coisa até nem resulta mal. Contudo, e se olharmos a restante obra da banda e em particular o single “Bipolar”, que foi masterizado por outras mãos, percebemos facilmente que a ideia do grupo não é bem essa.
Mas, como disse, em termos de escrita musical estamos perante um disco que afirma os [F.E.V.E.R.] como uma banda grande. Uma banda que tem ideias. Que sem se perder a tentar fazer brilharetes, sabe o que quer e como o deve por em prática. E isso meus amigos é muito mais que meio caminho andado…
Sem ceder, com vontade e gana, os [F.E.V.E.R.] têm percorrido o seu caminho levando a seu som a lugares onde pernoitam almas diabólicas.
São de facto uma banda dos diabos, os [F.E.V.E.R.] .

Nuno Ávila

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