quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

PEDRO BARROSO COM NOVO DISCO









A música de Pedro Barroso é transversal e atravessa idades e gerações, sempre plena de significados e sensibilidade.

É um autor histórico de uma geração de coragem que lutou, ainda na clandestinidade, a vida académica e através da sua arte, derramada em tantos palcos clandestinos e sessões de baladas, ainda antes do 25 de Abril. Foi esse grupo de gente, artistas muitas vezes esquecidos, jovens universitários dos anos sessenta e setenta - baladeiros lhes chamavam - que muito contribuiu, pela canção, para nos devolver os valores imensos da Democracia e a Liberdade. Com um longo e criativo percurso de mais de quatro décadas, desde a sua estreia no célebre programa zip zip, em 1969, Pedro Barroso é, hoje por hoje, um dos últimos sobreviventes dessa geração da resistência, facto que leva muitos a considerá-lo, pelo estilo criativo, qualidade poética e dizer inconfundível como o último trovador.

Faz canções como já não se usa fazer. São actos de sentir e de pensar, momentos de intensidade e subtileza. Carregadas de palavras cúmplices e memorias de sempre. E curiosamente, neste disco histórico prenuncia, simultaneamente, o seu retiro; mas também, de novo, a sua revolta. Vê-se que o presente momento do País e do Mundo lhe recorda a mesma amargura dos velhos tempos e das velhas razões, e a disponibilidade eterna para as causas da Justiça e da Liberdade.

A sua sensibilidade, disfarçada por um porte imenso, um desprendimento e uma atitude de retiro e uma quase apaixonada defesa dos valores fundamentais da intimidade, da poesia e da simplicidade de existência, levam-no a viver, por norma, afastado dos centros de exibição e glória imediata, onde é notório que não se revê, nem participa. O seu espaço é a sua imensa capacidade criativa; a sua cumplicidade com a paixão intensa e a revolta latente sempre. O que ressalta de uma análise do Mundo ora envolvente de ternura e intimidade, ora exigente de direitos e justiça.

Ao escuta-lo sentimos nele o lutador que não desiste…E estes “Cantos da paixão e da revolta” são exactamente uma espécie de contabilidade dos itinerários percorridos e de todos os que ainda haja por percorrer.

Temos um orgulho imenso em poder integrar o nome de Pedro Barroso no grupo de artistas que nos confiam a edição dos seus trabalhos e com podemos privar. Ao estar com ele aprende-se por osmose a respirar o gosto de viver noutro planeta. Onde as coisas seriam seguramente mais ternas, mais justas e mais sensíveis. Onde os homens do poder seriam probos e a justiça social uma natural decorrência das suas intenções. Viajando pelo youtube onde, clandestinamente, tantos criam e exibem filmes com artistas de sua devoção, deliciamo-nos com comentários como:
- O Pedro Barroso tem coluna vertebral e sabe o que quer, quando quer e como quer. É um HOMEM QUE NÃO SE VENDE.
- Simplesmente Magnifico, NAO HA PALAVRAS...ISTO CALA UMA MULTIDAO.
- Simplesmente maravilhosa esta voz. Coisas bonitas q este homem faz... um criado excepcional!
- Caramba! Apetece ser português quando ouvimos este homem! Perdoamos tudo e sentimos arrepios
- Cantigas que pela sua profundidade, me 'florescem' o ESPÍRITO e têm o condão de me devolver a paz interior de que tanto necessitamos...Este homem, com uma alma refinada, compõe e canta melodias de encantar com toda a força da sua 'intuição'; que para muitos, acredito ser o 'Monstro Sagrado' de uma profundidade poética, ímpar!
- Um escritor de canções. Um contador de histórias com música. Um trovador. - a todos os que admiram este príncipe da nossa música um grande bem-haja e os meus sinceros parabéns pela capacidade de perceberem aquilo que é bom .OBRIGADO
- E sempre uma alegria renovada ouvir Pedro Barroso, sem sua voz e suas palavras e meu mundo era mais pobre.
- E fantástico o que um Poeta e Homem completo pode dar a anónimos como eu, longínquos companheiros de jornada.
Ou ainda este comentário delicioso, vindo do Brasil:
*linda musica! não o conhecia...este homem tem uma bela voz....ele ainda é vivo?
Respondemos nós, por ele, e com um sorriso, e podemos afirmar que sim, amigos!
E está aqui connosco, grande, como sempre, ao seu próprio nível, num regresso que temos orgulho em proporcionar-vos, nestes Cantos da Paixão e da Revolta.

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