Nada aqui cheira a novidade. Também não é isso que se pretende. E como o
poderia ser para um grupo que se afirma como a primeira banda mod
nacional.
O movimento mod floresceu nos
anos 60, essencialmente em Inglaterra, trazendo consigo um modo de estar,
trajar, se transportar e estar na música. Basta recordar todos aqueles jovens
que se deslocavam em vespas, pejadas de espelhos, sempre impecavelmente
vestidos, para recordarem facilmente do
que falamos. E se mandarmos para o ar o nome dos The Who, localizam-se melhor. Agora sim estão dentro da cena.
No final dos anos 70, quando o punk se cruzou com o ska e a new wave o
movimento mod volta a ser revivido graças ao filme “Quadrophenia”. Vieram novos adeptos, redescobriram-se
bandas. Muitas outras foram aos 60 trazer o mod para os 70.
Uma cena que continua a ter os seus seguidores e as suas festas. Sim,
nos nossos dias! Sim, por estes lados! Uma cena da qual fazem parte os
elementos dos The Fishtails com seus grandes impulsionadores.
Musicalmente os The Fishtails não negam donde vêm. Não vale apena. O
R’n’ Blues dos anos 60 e Mod Revival do final dos anos 70 são a inspiração que
lhes corre nas veias. Bandas como os The Kinks, Small Faces, Secret Affair ou The Jam, inspiram-nos a criarem. Sem taparem a
cara e muitos menos os ouvidos dizem que os seus grandes interesses são “Mod, northen
soul, Ska, blues, post punk e new wave”.
A banda nasceu da vontade de Pedro Temporão (baixista de Corsage) e
Pedro Banister. A eles se juntaram o Francisco Florentino na voz e na bateria, a Helena Fagundes, que já depois de
gravar o e.p. deu lugar a Rui Coelho.
Este disco em formato vinil (pois claro!) apresenta-nos três temas
dominados por uma pop revivalista, que só encontra paralelos por aqui nuns
Corsage ou nuns The Poppers. Basta escutar “Judy” para se perceber as
afinidades com a outra banda de Temporão..
Apesar de musicalmente emparedado num tempo, o disco não deixa de ser
actual, muito por culpa de uma forma de gravar que não é definitivamente de
outros tempos. Isto mesmo tentando não
se tirar demasiado partido do estúdio, para não fazer morrer o espirito.
E o que é um facto é que estamos perante um disco leve, despretensioso.
Três temas que se ouvem com inegável agrado.
Os The Fishtails conseguem, contudo, fazer um som muito seu. Bebem do
que gostam e cozinham tudo a seu belo gosto, com os melhores condimentos. A
experiência fala aqui mais alto. O gosto, sim. O amor à música. O ouvir discos…
Porque, amigos, para estes senhores isto é um MODo de vida!... E não
há nada a fazer!
Nuno Ávila
1 comentário:
Bom review;)
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