segunda-feira, 29 de outubro de 2012

The Fishtails - "Get Yourself Together e.p." (Mono Tone Records / Groovie Records)
















Nada aqui cheira a novidade. Também não é isso que se pretende. E como o poderia ser para um grupo que se afirma como a primeira banda mod nacional. 
O movimento mod  floresceu nos anos 60, essencialmente em Inglaterra, trazendo consigo um modo de estar, trajar, se transportar e estar na música. Basta recordar todos aqueles jovens que se deslocavam em vespas, pejadas de espelhos, sempre impecavelmente vestidos,  para recordarem facilmente do que falamos. E se mandarmos para o ar o nome  dos The Who, localizam-se melhor.  Agora sim estão dentro da cena.
No final dos anos 70, quando o punk se cruzou com o ska e a new wave o movimento mod volta a ser revivido graças ao filme “Quadrophenia”.  Vieram novos adeptos, redescobriram-se bandas. Muitas outras foram aos 60 trazer o mod para os 70.
Uma cena que continua a ter os seus seguidores e as suas festas. Sim, nos nossos dias! Sim, por estes lados! Uma cena da qual fazem parte os elementos dos The Fishtails com seus grandes impulsionadores.
Musicalmente os The Fishtails não negam donde vêm. Não vale apena. O R’n’ Blues dos anos 60 e Mod Revival do final dos anos 70 são a inspiração que lhes corre nas veias. Bandas como os The Kinks, Small Faces, Secret Affair ou  The Jam, inspiram-nos a criarem. Sem taparem a cara e muitos menos os ouvidos dizem que os seus grandes interesses são “Mod, northen soul, Ska, blues, post punk e new wave”.
A banda nasceu da vontade de Pedro Temporão (baixista de Corsage) e Pedro Banister. A eles se juntaram o Francisco Florentino na voz e  na  bateria, a Helena Fagundes, que já depois de gravar o e.p. deu lugar a Rui Coelho.
Este disco em formato vinil (pois claro!) apresenta-nos três temas dominados por uma pop revivalista, que só encontra paralelos por aqui nuns Corsage ou nuns The Poppers. Basta escutar “Judy” para se perceber as afinidades com a outra banda de Temporão.. 
Apesar de musicalmente emparedado num tempo, o disco não deixa de ser actual, muito por culpa de uma forma de gravar que não é definitivamente de outros tempos. Isto mesmo tentando não  se tirar demasiado partido do estúdio, para não fazer morrer o espirito.
E o que é um facto é que estamos perante um disco leve, despretensioso. Três temas que se ouvem com inegável agrado.
Os The Fishtails conseguem, contudo, fazer um som muito seu. Bebem do que gostam e cozinham tudo a seu belo gosto, com os melhores condimentos. A experiência fala aqui mais alto. O gosto, sim. O amor à música. O ouvir discos…
Porque, amigos, para estes senhores isto é um MODo de vida!... E não há nada a fazer!
Nuno Ávila

1 comentário:

Anónimo disse...

Bom review;)