Fruto de uma vontade incontrolável, Joana Guerra encara de frente o desafio de criar e tocar a solo. A procura da sua sonoridade leva-a a explorar mais a fundo os seus instrumentos – a voz e o violoncelo.
O canto é a sua primeira forma de expressão, à qual se juntou o violoncelo, instrumento que, por ser sonoramente tão próximo, é encarado como a extensão do canto. Joana Guerra garante o choque e a harmonia entre os dois.
Hoje, a sua voz exprime todo o seu percurso artístico e pessoal: há poder, sensibilidade, prazer de arriscar no agora e há sobretudo verdade.
Se há diversidade nas formas de expressão de Joana Guerra, há também unicidade quanto à capacidade de focar-se no essencial, despir-se de excedentes e de abraçar o minimalismo com confiança. O seu caminho permite reforçar características que lhe são próprias: o violoncelo, tal como uma guitarra, é apresentado ao vivo e a solo – a ele se junta a voz que tanto vem do sopro como das tripas – os textos e histórias são escritos e seleccionados pela cantautora – os ambientes são metafóricos, há cenários paisagísticos e cinematográficos, há sensualismo e acidez – sem ser linear nem declarado, poder-se-á categorizar a sua música de folk impressionista.
Desde setembro de 2011 que tem apresentado em concerto o seu trabalho a solo. Querendo cimentar essas vivências de criação e de apresentação ao vivo, decidiu gravar o seu primeiro disco intitulado Gralha.
Primeiro Voo a Solo: Gralha em 2013
O álbum concretiza memórias sonoras de ambientes, vivências, experiências e de ideologias pessoais, onde se sente a natureza concreta e se fica aberto aos seus mistérios.
Com uma sonoridade simples e despida, as músicas foram pensadas para serem tocadas ao vivo, sem qualquer electrónica. Neste álbum, as músicas são, na sua essência, fieis àquilo que é tocado em concerto – seu espaço de predilecção. Quis-se que o álbum não traísse a essência inicial e acústica das músicas. Daí a sonoridade ser voluntariamente crua.
Bem junto à música, a imagem gráfica é muito importante para que a história fique bem contextualizada. Joana Guerra convida o ilustrador José Smith Vargas para realizar todo o artwork do álbum, para que façam um trabalho em conjunto e para que a música e a ilustração se alimentem uma da outra.
É convidada por músicos a participar em projectos, sendo João Alegria Pécurto o mais recente, compondo e interpretando os arranjos em algumas músicas do álbum, Ambleteuse.
Persiste o seu desejo em participar em projectos transdisciplinares, de cruzar a música com outras áreas artísticas, de conhecer artistas, de misturar experiências, sensibilidades e estéticas, vontade de
estar em colectivos, unidos por uma mesma vontade e ambição: a de virar este mundo do avesso.
Próximos concertos
São Tomé e Príncipe | Residência Artística – 7 a 28 de Fevereiro
Café Tati (Lisboa) – 14 de Março
Música
www.joanaguerra.bandcamp.com,
www.soundcloud.com/joanaguerrmusica
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