Eu e Ela
Primeiro, a voz d’Ela. Serena e firme, clara e directa, afirmativa. Voz de menina que sabe de onde vem e de mulher que sabe por onde vai.
Depois, o canto d’Ela. Com palavras e música e sentimento, certezas feitas de perguntas, paisagens de céu e de mar. E gente.
Por fim, Ela e tudo o que d’Ela faz parte e aqui nos é revelado, nota a nota, em sons antigos e outros por inventar.
Nesta voz e neste canto junta Ela o riso e o temor, a querença e a inquietude, o passado e o futuro. Agora e aqui, como sempre, e para sempre.
Einstein, que era sábio e gostava de música, dizia que «o importante é não parar de questionar». E é isso que Ela faz, em busca dos segredos da vida, do amor e da morte, ora em sussurro, ora como um grito.
Alegrias, tristezas, sonhos, ilusões, vontade. De tudo isto se faz o canto d’Ela, como a vida d’Ela, em demanda de um caminho certo tantas vezes feito de mais do que saudade, como uma insónia ou um baile em segredo que se revela nas voltas do mar.
Eu, isto que agora se vos apresenta em formato de cd, é o que resulta desta entrega d’Ela. Um registo que vai para lá da (muita e boa) música que está nele e das palavras que lhe dão sentido, um disco que nos canta.
E um rumo, definido com os poetas e os músicos que Ela quis ter por perto nesta hora de voo quase inicial. Corpo, alma e voz, em busca de uma harmonia de ser. Porque sim. E porque é assim que vale a pena estar.
Ela é tudo isto, e o mais que ainda será. E agora silêncio, que Ela vai cantar.
Viriato Teles
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