Saturnia é uma criação do multi-instrumentista e produtor Luís Simões na guitarra, sitar indiano, theremin, gongo, bass pedals, orgão, sintetizador, piano eléctrico, mellotron e voz.
Formado em meados dos anos 90, com a ideia de criar uma banda comunal, Saturnia acabou por se transformar numa one-man band de estúdio, fazendo raras aparicões ao vivo, consistindo de Simões e um convidado - sendo destes o mais notável Francisco Rebelo - Orelha Negra. A sua estreia ao vivo acontece na “Hora do Lobo ao vivo” de António Sérgio.
Melómano incontrolável e eclético, Simões alia o seu ethos musical à urgência da partilha estética, como motor para a sua incessante criação; neste processo tocou e gravou com artistas tais como Blasted Mechanims (onde encarnou Zymon de 2002 a finais de 2017), The Gift, Cool Hipnoise, More República Masónica, Shrine, Ritual Tejo, Lulu Blind, Ena Pá 2000, The Firstborn, Nigga Poison, 31 ou Plastica.
Luís Simões tem dirigido Saturnia e gravado a sua discografia de sete álbuns - através do Label Germânico, Elektrohasch - essencialmente sozinho com alguns convidados selecionados, como Daevid Allen(Gong), Nik Turner(Hawkwind) e Stefan Koglek(Colour Haze), de uma forma reclusiva, secretista e ignorando qualquer tipo de sucesso mais ou menos standardizado, sempre com críticas notáveis, há mais de 15 anos, o que faz dos Saturnia o artista psicadélico Português há mais tempo no activo.
Apesar de o primeiro álbum de Saturnia ser uma fusão de psicadelia clássica com ritmos electrónicos contemporâneos, sete álbuns mais tarde, o actual som de Saturnia reteve pouco ou nada das suas influências electrónicas iniciais e está muito mais no espírito de bandas do fim dos anos 60/início dos anos 70 de space- rock-psicadélico, proto-progressivo; com assumidos piscares de olho a artistas como Pulsar, Pink Floyd, Hawkwind, Can, King Crimson, The Doors, Tangerine Dream e por vezes até toques de Weather Report ou Ravi Shankar.
A música de transe semi improvisacional de Saturnia é dominada por camadas de orgão, sintetizador, guitarra e sitar que tecem ambientes calmos, efeitos hipnóticos e melodias esvoaçantes em torno de grooves fundamentais, tudo encimado pela voz suave de Luís Simões aliado a uma forte componente de luz e imagem.
Com novo trabalho previsto para os primeiros meses de 2018, será o sucessor de "The Real High" editado em 2016 pela Elektrohasch (https://www.youtube.com/watch?v=cfZwtrMkj2w). O projecto estará disponível para espectáculos a partir de Abril de 2018.
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