24 - 27 SET 2020 | ESTREIA
Echoplastos: Henrique Fernandes & Tiago Ângelo
Lisboa SoaLisboa / Mercado de Santa Clara
INSTALAÇÃO SONORA / PERFOMANCE
Instalação sonora onde a ressonância (echo) é moldada (plastos) por materiais sintéticos, tóxicos e poluentes. Sendo um paradoxo da sociedade contemporânea, a concepção urbana de ecologia social confronta-se com a necessidade de libertação do meio que ambiciona – a comunhão em grande escala. Ambicionamos o frenesim do silêncio e a tranquilidade das multidões, ao mesmo tempo que contemplamos a natureza num parque enclausurado entre muralhas de betão. Ainda assim, são os pequenos gestos que muitas vezes nos indicam novas direcções e alternativas mais sustentáveis perante um futuro iminentemente catastrófico. Damos um passo de cada vez, o possível e o necessário. Caminhamos, ouvimos, sentimos e mudamos.
25 SET 2020 | ESTREIA
Gestos Invisíveis: Drumming Grupo de Percussão (João Dias, Miquel Bernat) & Gustavo Costa
Circular Festival
Vila do Conde / Teatro Municipal / 22:45
CONCERTO
A relação entre o gesto físico de um instrumentista e a sua materialização sonora através de um instrumento musical assumiu, até ao advento da eletricidade, uma forma clara onde os códigos de percepção das partes intervenientes se foram sedimentando e produzindo concepções generalizadas sobre aquilo que é som e música. Com as devidas exceções, sendo uma das mais notáveis a do órgão de tubos, a produção sonora baseou-se num sistema bem definido, que incluía a linguagem musical, a execução manual de um instrumentista e um dispositivo de emissão sonora junto de si - o instrumento. Nestas situações, um gesto físico, no ato de um sopro, uma arcada ou na percussão de um idiofone, traduz-se num resultado facilmente entendido e decifrado pelo ouvinte. No entanto, esta relação, aperfeiçoada ao longo de séculos, produziu também uma série de efeitos colaterais. O gesto e a fisicalidade associada à execução instrumental passaram também a ser entendidos como uma articulação de graus de dificuldade mensuráveis e nos quais se valorizam os níveis superiores. Esta obsessão, justificada pela própria evolução da música ocidental, foi introduzindo subliminarmente normas de apreciação, análise e aprovação das obras musicais não só pelo seu conteúdo musical, mas também pelo grau de dificuldade técnica, nos níveis composicionais e instrumentais.
Gestos Invisíveis: Drumming Grupo de Percussão (João Dias, Miquel Bernat) & Gustavo Costa
Circular Festival
Vila do Conde / Teatro Municipal / 22:45
CONCERTO
A relação entre o gesto físico de um instrumentista e a sua materialização sonora através de um instrumento musical assumiu, até ao advento da eletricidade, uma forma clara onde os códigos de percepção das partes intervenientes se foram sedimentando e produzindo concepções generalizadas sobre aquilo que é som e música. Com as devidas exceções, sendo uma das mais notáveis a do órgão de tubos, a produção sonora baseou-se num sistema bem definido, que incluía a linguagem musical, a execução manual de um instrumentista e um dispositivo de emissão sonora junto de si - o instrumento. Nestas situações, um gesto físico, no ato de um sopro, uma arcada ou na percussão de um idiofone, traduz-se num resultado facilmente entendido e decifrado pelo ouvinte. No entanto, esta relação, aperfeiçoada ao longo de séculos, produziu também uma série de efeitos colaterais. O gesto e a fisicalidade associada à execução instrumental passaram também a ser entendidos como uma articulação de graus de dificuldade mensuráveis e nos quais se valorizam os níveis superiores. Esta obsessão, justificada pela própria evolução da música ocidental, foi introduzindo subliminarmente normas de apreciação, análise e aprovação das obras musicais não só pelo seu conteúdo musical, mas também pelo grau de dificuldade técnica, nos níveis composicionais e instrumentais.
A transição para o século XX, com a introdução da eletricidade e a abertura ao ruído como elemento primordial na construção musical, afigurou-se assim como a grande promessa de uma música realmente livre e concentrada na sua essência - o som. Não só se libertou o som, como a sua representação passou a ser múltipla, afastando-se da típica relação bidimensional palco / plateia e das sequências temporais lineares. Mas também esta promessa, acentuada pelas constantes incisões das inovações e revoluções eléctricas e electrónicas, acabou por se consumir e produzir os seus próprios paradoxos. Algumas das problemáticas inverteram-se, e a tecnologia revelou-se, talvez mais do que nunca, um simples artefacto que através de várias formas evolutivas serviu apenas de mediador do complexo processamento e materialização do pensamento musical. Esta peça, ao combinar a visceralidade física da percussão com uma perspetiva eletrónica que lhe é complementar, utiliza estas propriedades como elementos expressivos e onde se reforça a força sublime dos gestos do som, da forma como o sentimos e como o percebemos. Mais do que tentar solucionar problemáticas específicas, procura-se ir de encontro ao ponto inicial de qualquer obra - a organização do som e dos seus significados.
Concerto no âmbito do 16.º Circular Festival de Artes Performativas
Devido à situação actual de pandemia, a participação prevista de Richard Barrett no projeto foi cancelada, mantendo-se a apresentação do espetáculo "Gestos Invisíveis" com os músicos Miquel Bernat, João Dias e Gustavo Costa.
Miquel Bernat - Percussão
João Dias - Percussão
Gustavo Costa - Percussão e eletrónica
Produção executiva - Patrícia Caveiro
Produção - Sonoscopia Associação Cultural
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