Single de avanço Passeata antecipa Aí, novo disco a editar a 22 de março, uma semana antes da apresentação no Teatro Trindade, em Lisboa,
Aventurando-se por campos e timbres diferentes, Lavoisier apresenta o primeiro single do seu mais recente longa duração Aí, acompanhado por um filme com imagens de arquivo em super-8 do 1º de Maio de 1974, do artista João Ferro Martins, depois do último trabalho imersivo na obra poética de Miguel Torga, com o álbum Viagem a um Reino Maravilhoso.
Estendido a várias vozes, Passeata faz despertar um cariz de revolução adormecida, celebrada por um psicadelismo progressivo, seguindo a lírica um tanto onírica, de um sentido telúrico presente numa realidade portuguesa.
Ouve-se ‘Pão, pão por perto...’ e surgem as primeiras imagens de um sonho de amor que sucedia à revolução dos cravos observado pelo olhar de alguém anónimo que filmava o poder popular, ciente da mudança e loucamente apaixonado por uma espécie de utopia naif. Gritava-se e ouvia-se nas rádios ‘...a liberdade vai andar por aí...", uma força que ocupava as ruas de uma Lisboa cativante, promissora aos olhos dos mais distantes e presente nos rostos de quem nela celebrava o que nunca havia sequer entendido quanto mais regozijado.
Passeata é a proposta de um novo Aí que foi, é e será sempre por onde Lavoisier continuará a ocupar e persistir num ideal de igualdade e pluralidade. As composições do novo disco são o reflexo desse ideal, repletas de parcerias improváveis: ‘Este álbum surge com a necessidade de agir e fortalecer estes sítios comuns, ter consciência que continuamos a ser livres e responsáveis pelo aparecimento de novos diálogos, novas relações e discursos que nos catapultam para um futuro próspero. O ser independente na arte é uma ambição/condição que nos aproxima de uma verdade, verdade essa que se tem mantido através de ideologias defendidas sob o baluarte na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma; mantendo-nos fiéis a um espírito de que na arte, a partilha, o respeito e a vontade de fazer acontecer um mundo melhor, fora de preconceitos e propriedades perigosas, seja alcançável e acessível a todos os seres independentemente da sua crença, género ou etnia.’
As conexões de Aí, o quarto longa-duração de Lavoisier, vão ouvir-se no Teatro da Trindade
Carlos Bica, Vum-Vum Kamusasadi e Cantadeiras de São João do Campo do Gerês são alguns dos convidados para a estreia em palco do novo disco
“Aí” é um projeto de conexões fortes que contraria o medo apostando na aceitação, diversidade e pluralidade com que a arte nos consegue brindar, usando a música como ferramenta principal. Levados por fortes ligações emocionais, caberá neste espetáculo o quase extinto grupo de cantares polifónicos Cantadeiras de São João do Campo do Gerês; o músico, compositor e ícone-vivo angolano Vum-Vum Kamusasadi; a nova música de São Paulo nas palavras da compositora e cineasta Ava Rocha e as linhas do contrabaixo de um dos mais importantes músicos do jazz nacional, Carlos Bica. Querendo expor a união, a fusão e universalidade da música e da vida, onde o amor e tolerância são exaltadas, Aí tende para um epicentro num mundo cada vez mais polarizado. Aí, o quarto longa duração de Lavoisier, sai no dia 22 de março. O concerto de apresentação acontece no Teatro da Trindade, no dia 29 de março em Lisboa, inserido no Ciclo Mundos - programa anual desenvolvido em parceria entre o Festival de Músicas de Mundo de Sines e a Fundação INATEL - que contará com a presença de todos os convidados do disco. Os bilhetes para o espetáculo podem ser adquiridos aqui e nos locais habituais.
Patrícia Relvas e Roberto Afonso formaram os Lavoisier, em 2012, com o objetivo de explorar as raízes tradicionais da música portuguesa, através de uma guitarra elétrica e duas vozes. Desde então, editaram já três álbuns – “Miguel Torga por Lavoisier: Viagem a um Reino Maravilhoso”, em 2019, “É Teu”, em 2017, e “Projeto 675”, no ano de 2014.
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