Falta menos de um mês para Cem Soldos e
toda a sua população acolherem de braços abertos toda a música
portuguesa que aí vem e os milhares de visitantes que se deslocam para
viver o festival e habitar a rua.
Para que isto aconteça da
melhor forma, cem-soldenses de todas as idades preparam tudo até ao
mínimo pormenor: cedem terrenos e quintais que se transformam em palcos e
em restaurantes, cozinham, limpam, avós e netos do grupo de costura
criativa preparam sacos, chapéus ou porta-chaves com a famosa Tixa,
mascote do festival, entre outras peças artesanais que estarão à venda
na loja do BONS SONS.
Como habitualmente, no BONS SONS, há
muitas atividades que ultrapassam o universo musical numa programação
que vai desde espectáculos de artes performativas, cinema e muito mais.
Esta programação é de acesso gratuito para quem tem bilhete do festival
(pago a partir dos 12 anos) e é limitada à lotação dos espaços.
ARTES PERFORMATIVAS
A parceria entre o Festival Materiais Diversos e o BONS SONS renova-se
para potenciar o conhecimento e experiência das duas e formar esta
simbiose entre música e artes performativas que dá origem a um programa
composto por dois espetáculos.
#3 Movediço, de Marta
Cerqueira e Simão Costa, é sobre o que se move, o que muda de lugar, o
que é inconstante, o que não está fixo. Procura olhar sobre tempos
geológicos longos e uma assunção da espécie humana como uma força
geofísica à escala planetária. Põe em marcha uma reflexão sobre a nossa
relação com outros seres do universo, sejam animais, vegetais ou
minerais, especulando sobre quem se move ou é movido. 12 agosto —
Auditório Agostinho da Silva
a besta, as luas, de Elizabete
Francisca, propõe-se enunciar, através de gestos e sons, uma
representação possível da geografia política de um corpo não submisso.
Num momento onde tantos corpos e tantas vozes dificilmente podem
existir, é urgente reivindicar um lugar de resistência, transformando
possíveis fragilidades em flechas e potências. O corpo como arma
política, o último reduto de qualquer experiência, um grito. De
afirmação de uma individualidade, em reconciliação com a sua identidade e
sexualidade: do sexo à cabeça, da cabeça ao cosmos, do cosmos ao chão.
Um possível mantra para me manter em desequilíbrio. 13 agosto —
Auditório Agostinho da Silva
CINEMA
SESSÕES DE CURTAS METRAGENS
Este
ano, a mostra de cinema itinerante de língua oficial portuguesa Curtas
em Flagrante regressa ao BONS SONS com quatro sessões: duas para adultos
e duas para crianças. 14 e 15 agosto — Auditório Agostinho da Silva
OFICINA DE TAUMATRÓPIOS
Ainda
relacionado com o Curtas em Flagrante, há uma Oficina de Taumatrópios
(brinquedos óticos), onde se explora o conceito de frame e vão
construir-se brinquedos óticos. 13 agosto — Sala Terra (mediante
inscrição no Posto de Informação)
DISPERSOS PELO CENTRO, DE ANTÓNIO ALEIXO
Tiago
Pereira convida o geógrafo e autor Álvaro Domingues para uma viagem
pelas Terras da Chanfana. Este documentário (2021) retrata um presente
sem a presunção de adivinhar o seu futuro nem o saudosismo de um passado
ido, debruçando-se sobre a questão do que é o território. 15 agosto —
Auditório Agostinho da Silva
EXPOSIÇÕES
OPERÁRIOS DA CULTURA
Operários
da Cultura é uma exposição coletiva que regista a aldeia, as pessoas e
as montagens que acontecem em Cem Soldos nos dias que antecedem a
realização do BONS SONS 2022. Isto acontece pelo olhar do fotógrafo João
Gigante, com o projeto “viste?” e também com materiais realizados pela
equipa do festival, com áudio e vídeo de conversas captadas na aldeia
sobre e a propósito do regresso do BONS SONS, após dois anos de paragem.
Com esta exposição, é dado também a conhecer um novo espaço do
festival: a Casa Sem Tecto Amália. 12–15 agosto — Casa Sem Tecto Amália
OLHAR
A RUA Habitar a Rua é o mote que serve o pensamento por trás da edição
do BONS SONS desde 2020. No verão desse ano, a equipa de comunicação do
festival organiza uma oficina com a comunidade de Cem Soldos, que
procurava ser um ponto de partida para a imagem do eventual festival de
2021. Caminhou-se pelas ruas da aldeia, em busca de sombras. Dedicando o
olhar a como habitavam o espaço, e capturando-as num conjunto de
colagens, registadas pelo sol em cianotipias. Aqui, mostra-se a origem
da imagem gráfica do BONS SONS 2022. 12–15 agosto — Sala Terra
PERCURSOS
PERCURSO SONORO
CEM SOLDOS PARA ALÉM DO BONS SONS
Dando
a conhecer o lado menos visível do festival e da aldeia, Ana Bento e
Bruno Pinto convidam os visitantes a fazerem um percurso sonoro, munidos
de auscultadores. Cem Soldos para Além do BONS SONS é uma viagem por
entre as pedras, os canteiros e as portas que contaminam e se deixam
contaminar pelo BONS SONS para revelar as histórias escondidas por entre
a História e desvendar os segredos de quem habita no local o ano
inteiro. 12–15 agosto — Ruas da aldeia (mediante inscrição no Posto de
Informação)
PERCURSOS INTERPRETATIVOS DA BIODIVERSIDADE
Em
parceria com a 30POR1LINHA - Associação Sociocultural e Ambiental,
realizam-se percursos que proporcionam a descoberta do património
natural de Cem Soldos através de uma incursão por diversos locais da
aldeia identificando a fauna e flora que se vai revelando a cada passo.
Uma forma de proporcionar a descoberta da biodiversidade, bem como o
enriquecimento educativo de comunidades relativamente ao património
natural da região. 13, 14, 15 agosto — Ruas da aldeia (mediante
inscrição no Posto de Informação)
CONVERSAS E DEBATES
O
Gerador — plataforma independente de jornalismo, cultura e educação –
traz ao BONS SONS duas conversas onde as comunidades e os territórios do
interior estão no centro do debate, com moderação de Ana Catarina
Veiga.
Na primeira conversa - Como pode a arte fazer parte
do dia-a-dia das comunidades? - estarão presentes artistas e
representantes de associações que se fixam no interior e que desenvolvem
projetos com a participação da comunidade local. Discute-se a arte
participativa como espaço democrático que permite descobrir, processar,
compreender, organizar e partilhar experiências com João Ferreira, da
Associação Cultural CISMA, que trabalha pelo desenvolvimento da
comunidade artística da cidade da Covilhã, Ana Vulcão, coordenadora e
co-programadora do Festival Pé na Terra que cria um intercâmbio entre
grupos e artistas de países de língua oficial portuguesa, e o músico
Edgar Valente, que faz parte de diversos projetos artísticos. 14 agosto —
Largo do Rossio
A segunda conversa, O Cinema como Fator de
Valorização do Território – Êxodo Urbano: estará a tecnologia a permitir
uma reaproximação cultural entre o litoral e o interior do país?, junta
Tiago Pereira, mentor de A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria
(MPAGDP), António Aleixo, realizador do filme Dispersos pelo Centro, e
Luísa Pinto, responsável pelo projeto Rostos da Aldeia que, desde 2021,
vem cartografando histórias de resistência ao despovoamento, no interior
do país. Portugal tornou-se, nos últimos anos, um dos lugares
preferidos dos chamados "nómadas digitais" e o centro de Portugal tem
atraído não só portugueses como estrangeiros, que estão a repovoar um
interior desertificado. Por que cada vez mais trabalhadores e artistas
decidem fugir das cidades para o interior do país? Estará a tecnologia a
promover uma maior coesão territorial e social, através de uma maior
troca cultural entre o interior e o litoral do país? Como esta dinâmica
se reflete numa maior visibilidade do interior na política nacional? 15
agosto — Largo do Rossio
PARA TODA A FAMÍLIA
Como
todos os anos, o BONS SONS não seria o mesmo se não oferecesse uma
grande quantidade de espetáculos e atividades divertidas para crianças e
famílias.
AVÓS – HISTÓRIAS GERMINADAS NO QUINTAL
O
Quintal dos Avós é fértil em histórias, histórias esquecidas nas nossas
memórias de infância e na memória das pessoas mais velhas. Neste
quintal, as autoras Catarina Mota e Graça Ochoa apresentam dois
espetáculos para todas as idades que nos ajudam a responder como olhamos
hoje para as histórias de vida dos nossos avós. Abriram-se gavetas,
baús, álbuns de fotos, que andavam para lá esquecidos em qualquer canto
do quintal.
HISTÓRIA DE UM ESTENDAL E DE UMA AVÓ QUE NÃO SABIA LER
Esta História de um Estendal e de uma Avó que Não Sabia Ler, de
Catarina Mota, tem como ponto de partida o olhar de uma criança. Uma
história particular de uma janela com estendal e de uma avó. Uma
história transversal de muitas realidades contada de forma simples e
fantasiosa. 12 e 13 agosto — Canto das Histórias
A AVÓ QUE NÃO FOI AVÓ
Em A Avó que não foi Avó, de Graça Ochoa, esperamos alguém especial
para jantar. Tudo tem de estar a preceito! Enquanto é preparada a mesa,
as conversas vão-se encadeando umas nas outras, como as cerejas.
Desafiamo-nos a moldar novas tradições... reparamos que o tempo passou.
12 e 13 agosto — Canto das Histórias
CONTOS E LENGA LENDAS
Contos
e Lenga Lendas, de Gil Dionísio, é uma série de concertos e gravações
para todas as idades. Concertos para violino e contos cantados.
Melodias, cantigas e lenga lendas criadas a partir dos muitos mundos de
Dionísio. Cada peça um conto, cada conto uma história para um corpo que
se quer vivo. E para cada história surgem canções, sinfonias e sons para
um violino que bebe de uma música clássica que não quer ser antiga, da
música tradicional um pouco de todo o mundo e de um jazz quase
esquecido: inspirado na ideia do solo, do solista e das histórias que se
contam quando não há rede. Contos em malabarismo e histórias que
aparecem, sempre, quando menos se espera. 14 e 15 agosto — Canto das
Histórias
RÁDIO MIÚDOS
Pela primeira vez no BONS SONS, a Rádio Miúdos (radiomiudos.pt)
– que comemora este ano o sétimo ano de emissões regulares online a
partir do Bombarral para mais de 140 países – leva o seu estúdio móvel
para o festival. Uma equipa de miúdos e miúdas de Cem Soldos será
formada para fazer a animação do festival, realizando entrevistas,
reportagens e divulgando a música portuguesa e convidam outras crianças
que estão no festival para se juntarem no estúdio. Uma rádio de miúdos
para miúdos, à volta da língua portuguesa e com uma programação
exclusivamente lusófona. 12–15 agosto — Largo do Rossio
CURRAL
A
Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) marca
presença no Curral do BONS SONS para dar a conhecer o grande amigo que
pode ser o Burro de Miranda, animal já muito pouco visto e usado em
trabalhos rurais. Única no nosso país, esta raça é dócil e o burro dá um
ótimo professor, guia e terapeuta. Não há família que não goste de
conhecer este animal tão especial. Este ano, há a Aula do Burro, o
Passeio com Burros e o Jogo do Burro. 12–15 agosto — Curral
JOGOS DO HELDER
Os
Jogos do Helder estão de volta, com brincadeiras e um circuito
refrescante pela aldeia. Inspirados em jogos tradicionais de diversas
regiões, em tradições ou até mesmo em experiências científicas,
desenvolvem competências pessoais e sociais de uma forma divertida. Se
para algumas pessoas trazem memórias de outros tempos, a outras provocam
vontade de explorar o desconhecido. 12–15 agosto — Ruas da aldeia
MÚSICA PARA BEBÉS E CRIANÇAS
Sessões
para bebés e crianças, desde recém-nascidos aos 5 anos, onde
professores, em conjunto com instrumentistas, proporcionam um ambiente
musical variado, onde bebés e crianças são estimuladas a ouvir, a
cantar, a improvisar e a utilizar a sua percussão corporal em diferentes
modos e métricas variadas. Participam alunos da Sociedade Filarmónica
Gualdim Pais e do Conservatório de Artes Canto Firme, de Tomar.
O
professor Pedro Sousa dinamiza também um Atelier de Instrumentos
Musicais Tradicionais Portugueses, para crianças dos 6 aos 12 anos, em
que podem experimentar os diferentes instrumentos tradicionais
portugueses em modo mini orquestra, através de algumas técnicas dos
vários instrumentos e canções tradicionais portuguesas. 12–15 agosto —
Armazém (mediante inscrição no Posto de Informação)
CAIXAS VEM VIVER A ALDEIA
Através
de tecnologia de captação 360º, a aldeia de Cem Soldos foi filmada em
vários momentos e eventos ao longo de um ano – uma viagem às tradições e
iniciativas que ocupam o espaço público da aldeia quando o BONS SONS
está por chegar e que pode ser descoberto através de quatro caixas
estrategicamente distribuídas pela aldeia. 12–15 agosto — Ruas da aldeia
ESPAÇO CRIANÇA
O
BONS SONS proporciona ainda o Espaço Criança, que conta com algumas
atividades diárias como jogos, trabalhos manuais, brincadeiras,
ginástica, entre muitas outras. Este local tem também disponível uma
zona de fraldário, um serviço de babysitting e de aluguer de auriculares
infantis. 12–15 agosto — Espaço Criança
A pensar em quem
privilegia ambientes tranquilos e nas famílias, este ano, a zona de
campismo (de acesso gratuito aos portadores de passe geral) terá uma
zona reservada que convida ao sossego e ao silêncio.
BILHETES À VENDA
NOS LOCAIS HABITUAIS
PASSE 4 DIAS
dá acesso gratuito ao campismo
60€
BILHETE DIÁRIO
25€

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