11 de Novembro de 2022, é lançada uma colectânea dos Zé Manel Suicida, editada numa colaboração da Half Beast Records e da Division House com a banda, com o nome de “30 anos de escárnio e maldizer”, contendo as três maquetes lançadas pela banda entre 1991 e 1994, completadas com alguns temas extras gravados ao vivo num dos seus concertos no mítico Johnny Guitar, como bónus. Este CD, em formato digipack, contém um booklet de 12 páginas com todas as letras das músicas e diverso material gráfico do percurso da banda.
Surgidos da irreverência dos finais / inícios de anos 80/90, os ZMS, oriundos de Queluz, inseriam-se num movimento punk rock, onde bandas como Peste & Sida, Censurados, e outras pontificavam, com letras de cariz social com humor mordaz e satírico, retratando as situações e questões com as quais pouco se identificavam.
Apesar de quase terem tido um álbum editado, a banda acabou por dar por se desagregar e dar por finalizado o seu percurso, ficando o seu espólio disperso pelas demo-tapes a que alguns fans e amigos tiveram acesso, que entretanto se tornaram raras e obsoletas perdendo espaço para outros formatos. Esta colectânea tem como objectivo juntar esse material num único registo mais acessível e repôr um pouco de justiça em relação a um dos muitos bons projectos que populavam na música nacional nesse período, apesar dos parcos recursos e todas as dificuldades, hoje dificilmente imagináveis por gerações posteriores.
O lançamento do CD será celebrado num evento a decorrer no Hail Rock Club, em Queluz, no dia 11 de Novembro de 2022, sexta-feira, pelas 22:30h, com a presença dos elementos da banda. Estão todos convidados!
Finalizamos com um pequeno excerto da música “Demasiados (tantos katé chateiam)”
“Dinheiro sempre será poder
Poder sempre detém fartura
Fartura sempre impõe miséria
Desigualdade é desigualdade”
Os Zé Manel Suicida formaram-se em Outubro de 1990, em Queluz, com a seguinte formação: Paulo Pereira e Carlos Teófilo nas guitarras, Paulo Bento no baixo, Pedro Santos na bateria e António Páscoa nos vocais.
Em Fevereiro de 1991 gravaram a sua primeira maquete de originais intitulada Cantigas de Escárnio e Maldizer. Após esta gravação, o baixista Paulo Bento decide abandonar o projecto sendo substituído pelo Ex-Vómito, João Miguel. Em Abril desse mesmo ano iniciam uma série de concertos que os leva a alguns pontos do país, finalizando em 21 Novembro com um concerto no extinto Johnny Guitar em Lisboa.
Nesta fase a banda decide fazer um interregno tendo em vista trabalhar na sua segunda maquete Simplesmente… Z.M.S., a qual gravaram em Fevereiro de 1992, com Manuel Paulista, nos Studio Gar em Queluz . Em Abril voltam aos palcos com vários concertos na zona da grande Lisboa e Alentejo. Entretanto são obrigados a uma pausa devido ao cumprimento do serviço militar obrigatório por parte de um dos elementos da banda. A 22 de Dezembro deste ano, têm a última actuação com o seu vocalista António Páscoa, que decide abandonar o projecto.
A banda não baixou os braços e continuou a trabalhar actuando entretanto no Gar Bar e em Queluz com o guitarrista Paulo Pereira a acumular as vozes. Devido a dificuldades em conciliar a vida profissional e a banda, o baixista João Miguel foi substituído por Miguel Nuno, ex-Vício.
Em Março de 1994, nos estúdios Angel II, gravam 3 novos temas, sob a batuta de Manuel Paulista, com o intuito de procurar editora interessada em os lançar em algum formato, decorrendo contactos para a edição de um CD Single. A maquete teve o nome de Zé Manuel Suicida.
Segue-se nova tour em território nacional Tasca Em Tasca – Tour 94 em que têm a oportunidade de mostrar o seu trabalho noutras zonas do país.
Em 1996 entram no estúdio JAP, em Sacavém, com o objectivo de gravar o seu primeiro álbum com o produtor Fernando Rascão.
Devido a algumas atribulações neste processo, com diversos avanços e retrocessos, a banda acaba num impasse, tendo-se desagregado em 1997.
Sem comentários:
Enviar um comentário