Após ter regressado ao palco mítico do Festival da Canção e de ter protagonizado um concerto apoteótico no Tivoli BBVA, em Lisboa, a 26 de fevereiro, o cantor e compositor ruma ao Porto, para mais um grandioso espetácu
Fernando Tordo regressa ao Porto no dia 11 de março, para celebrar 50 Anos da icónica canção 'Tourada', com um grandioso espetáculo na Casa da Música. Esse concerto acontece após o artista ter voltado ao palco mítico do Festival da Canção, no passado dia 25 de fevereiro, para atuar na primeira Semifinal da edição de 2023, onde interpretou a música com a qual venceu o certame a 26 de fevereiro de 1973. No domingo, dia 26, foi o protagonista de um concerto apoteótico e emotivo no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, com as participações especiais de Jorge Palma, Picas, Ricardo Ribeiro e Paulo de Carvalho.
"1973 e era o Teatro Maria Matos, a expetativa, a mesma vontade de fazer bem, de participar, de conseguir dizer mais do que a censura e o silêncio. E assim se fez a festa da canção das surpresas. 2023, o mesmo dia e o mesmo mês, 50 anos de celebração no Tivoli, a casa cheia das vozes que não se renderam nem hesitaram, que não se perderam nem se calaram. Estavam frias mas escaldantes as noites da Tourada, 50 anos entre elas", afirmou Fernando Tordo, no rescaldo do concerto na capital.
O cantor e compositor ruma agora à cidade Invicta, que sempre tão bem o recebe, acompanhado pelos seus músicos Valter Rolo (piano), Lino Guerreiro (saxofone, flauta), Luciano Maia (acordeão), André Silva (bateria) e Francisco Santos (baixo, violoncelo). Tal como no concerto de Lisboa, também o do Porto terá como mestre de cerimónias o lendário apresentador de televisão e amigo Júlio Isidro. De resto, a configuração será completamente diferente, o que irá certamente surpreender o público na Casa da Música. A ocasião merece pois, afinal, não é todos os dias que se celebra uma das mais importantes composições na história da música portuguesa, com uma incrível longevidade de 5 décadas. O concerto terá a participação especial dos coros Clavezinhas de Sol, Arco-Iris, IrisCorus e Coro da Paz, bem como de alguns convidados surpresa.
No início dos anos 70 do século passado Portugal era um país oprimido e em plena ditadura. A sociedade em geral e sobretudo as várias formas de arte viviam o período mais difícil da nossa história, por conta da opressão da censura. A 26 de Fevereiro de 1973, Fernando Tordo subia ao palco do Teatro Maria Matos, em Lisboa, para apresentar pela primeira vez ao vivo a canção 'Tourada'. Com música da sua autoria, letra do lendário Ary dos Santos e orquestração de Pedro Osório, o tema era um dos candidatos ao X Grande Prémio TV da Canção Portuguesa, hoje conhecido como Festival da Canção, que tinha como propósito eleger a música que iria representar Portugal na Eurovisão. O tema acabou por se sagrar vencedor do certame. Mas, na altura, letrista, orquestrador, compositor e intérprete estavam longe de imaginar a "revolução" que 'Tourada' iria gerar e o marco cultural em que se iria transformar, algo que se mantém até aos dias de hoje, cinco décadas volvidas.
Escrita no final de 1972, 'Tourada' tem uma letra bem mais profunda e necessária no Portugal de então, longe de ser uma "simples" canção de teor satírico/tauromáquico, mas cuja real mensagem a censura vigente na época não conseguiu entender. A música passou incólume pelo chamado "lápis azul" e só depois da vitória no festival gerou polémica, após se perceber que era claramente uma metáfora, uma crítica acutilante ao regime político e social vigentes e ao snobismo e hipocrisia da sociedade, em que se comparava o ambiente da tourada à decrépita postura ditatorial do Estado Novo.
Chegou a ser colocada a hipótese de não permitir que 'Tourada' nos representasse na Eurovisão, mas os receios das repercussões negativas que esta atitude teria internacionalmente falou mais alto e, assim, o poder político permitiu a participação de Fernando Tordo. A 7 de abril de 1973, no Luxemburgo, era realizado o 18º Festival Eurovisão da Canção, o músico cantaria a, agora, tão nossa 'Tourada' e de entre os restantes países europeus a concurso conquistou um honroso 10º lugar.
É quase inacreditável mas, 50 anos volvidos, 'Tourada' permanece incólume como um marco cultural do nosso país e é tempo de celebrarmos esta mítica canção. O próximo espetáculo será no dia 11 de Março, na Casa da Música, no Porto, pelas 21h00.
Os bilhetes encontram-se à venda na Ticketline e nos restantes locais habituais.
"1973 e era o Teatro Maria Matos, a expetativa, a mesma vontade de fazer bem, de participar, de conseguir dizer mais do que a censura e o silêncio. E assim se fez a festa da canção das surpresas. 2023, o mesmo dia e o mesmo mês, 50 anos de celebração no Tivoli, a casa cheia das vozes que não se renderam nem hesitaram, que não se perderam nem se calaram. Estavam frias mas escaldantes as noites da Tourada, 50 anos entre elas", afirmou Fernando Tordo, no rescaldo do concerto na capital.
O cantor e compositor ruma agora à cidade Invicta, que sempre tão bem o recebe, acompanhado pelos seus músicos Valter Rolo (piano), Lino Guerreiro (saxofone, flauta), Luciano Maia (acordeão), André Silva (bateria) e Francisco Santos (baixo, violoncelo). Tal como no concerto de Lisboa, também o do Porto terá como mestre de cerimónias o lendário apresentador de televisão e amigo Júlio Isidro. De resto, a configuração será completamente diferente, o que irá certamente surpreender o público na Casa da Música. A ocasião merece pois, afinal, não é todos os dias que se celebra uma das mais importantes composições na história da música portuguesa, com uma incrível longevidade de 5 décadas. O concerto terá a participação especial dos coros Clavezinhas de Sol, Arco-Iris, IrisCorus e Coro da Paz, bem como de alguns convidados surpresa.
No início dos anos 70 do século passado Portugal era um país oprimido e em plena ditadura. A sociedade em geral e sobretudo as várias formas de arte viviam o período mais difícil da nossa história, por conta da opressão da censura. A 26 de Fevereiro de 1973, Fernando Tordo subia ao palco do Teatro Maria Matos, em Lisboa, para apresentar pela primeira vez ao vivo a canção 'Tourada'. Com música da sua autoria, letra do lendário Ary dos Santos e orquestração de Pedro Osório, o tema era um dos candidatos ao X Grande Prémio TV da Canção Portuguesa, hoje conhecido como Festival da Canção, que tinha como propósito eleger a música que iria representar Portugal na Eurovisão. O tema acabou por se sagrar vencedor do certame. Mas, na altura, letrista, orquestrador, compositor e intérprete estavam longe de imaginar a "revolução" que 'Tourada' iria gerar e o marco cultural em que se iria transformar, algo que se mantém até aos dias de hoje, cinco décadas volvidas.
Escrita no final de 1972, 'Tourada' tem uma letra bem mais profunda e necessária no Portugal de então, longe de ser uma "simples" canção de teor satírico/tauromáquico, mas cuja real mensagem a censura vigente na época não conseguiu entender. A música passou incólume pelo chamado "lápis azul" e só depois da vitória no festival gerou polémica, após se perceber que era claramente uma metáfora, uma crítica acutilante ao regime político e social vigentes e ao snobismo e hipocrisia da sociedade, em que se comparava o ambiente da tourada à decrépita postura ditatorial do Estado Novo.
Chegou a ser colocada a hipótese de não permitir que 'Tourada' nos representasse na Eurovisão, mas os receios das repercussões negativas que esta atitude teria internacionalmente falou mais alto e, assim, o poder político permitiu a participação de Fernando Tordo. A 7 de abril de 1973, no Luxemburgo, era realizado o 18º Festival Eurovisão da Canção, o músico cantaria a, agora, tão nossa 'Tourada' e de entre os restantes países europeus a concurso conquistou um honroso 10º lugar.
É quase inacreditável mas, 50 anos volvidos, 'Tourada' permanece incólume como um marco cultural do nosso país e é tempo de celebrarmos esta mítica canção. O próximo espetáculo será no dia 11 de Março, na Casa da Música, no Porto, pelas 21h00.
Os bilhetes encontram-se à venda na Ticketline e nos restantes locais habituais.
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