terça-feira, 21 de março de 2023

LUCA ARGEL AO VIVO















23 MARÇO - b.Leza, Lisboa
26 MARÇO - Novo Ático - Coliseu Porto Ageas, Porto

O novo álbum combina sonoridades afro-brasileiras eletrificadas, que piscam olhos ao rock, ao funk e, é claro, ao samba, que Luca Argel e a sua banda já tinham virado pelo avesso em Samba de Guerrilha. Igualmente carregado de poesia e mensagens, Sabina é, contudo, o trabalho mais solar e dançante que o cantautor luso-brasileiro já concebeu até hoje. Palavras e sons são louvação e feitiço, alimento para o corpo e a mente.


Dois anos depois de apresentar “Samba de Guerrilha”, Luca Argel está de regresso às edições com “Sabina”, o quarto álbum de originais, onde recupera e homenageia a história e o mito de uma quitandeira que foi símbolo da persistência do racismo após a abolição da escravatura e exemplo da solidariedade de rua que, historicamente, o enfrentou.

Um álbum que nasce da encruzilhada onde o mito e a história se encontram, resgatando o passado como projeção de todas as lutas do presente.

Se em “Samba de Guerrilha” Luca resgata a história política do samba, dos seus protagonistas e do papel preponderante que desempenharam na luta contra a escravatura, o racismo, a pobreza e a ditadura militar, em “Sabina” o foco é dirigido ao “corpo encantado das ruas” e aos atores e atrizes da vida quotidiana onde a história se desenrola, constrói e disputa para lá das narrativas oficiais.

A viagem sonora pela aventura de Sabina foi editada em Vinil, CD, e plataformas digitais no dia 22 de fevereiro de 2023, complementada por uma edição em banda desenhada, ilustrada pelo artista brasileiro Allan Matias. É apresentada ao vivo no dia 23 de março de 2023 no b.Leza em Lisboa e no dia 26 de março no Novo Ático - Coliseu Porto Ageas no Porto.

SOBRE "SABINA":

“Sabina” relembra a história de uma mulher de cuja vida se sabe pouco mais além do que aconteceu num espaço de poucos dias, quando subitamente se tornou um símbolo político para depois desaparecer, e voltar como lenda. Sabina teria sido uma vendedora de laranjas num momento histórico de um Brasil recém libertado da escravatura, e às portas da queda do regime monárquico. No meio de uma disputa entre elites imperiais e republicanas, uma simples vendedora de laranjas fez esse caldo entornar pelas ruas da capital do então Império do Brasil. Assim começa esta viagem pelo tempo, seguindo o rasto de uma personagem misteriosa, cuja lenda revela muito sobre a nossa própria natureza e as engrenagens que movem as nossas sociedades.

“Sabina”, como personagem e lenda das ruas, é símbolo das tensões da pós-abolição e do racismo que se lhe segue, e ao mesmo tempo um exemplo de uma solidariedade popular pouco estudada e relatada, mas que marca indelevelmente o rumo das sociedades em que vivemos. Quem narra os acontecimentos é o historiador brasileiro Luiz Antonio Simas, a quem a atriz luso-angolana Nádia Yracema, cúmplice de Luca Argel no espetáculo “Samba de Guerrilha”, empresta a sua voz.
 
SOBRE LUCA ARGEL

A trajetória artística do cantor, compositor e escritor Luca Argel começou em 2012 com o lançamento do primeiro livro “esqueci de fixar o grafite”. Logo depois, uma súbita mudança para Portugal, acaba por despertar novos caminhos musicais e poéticos. Em 2016 edita o seu álbum de estreia “Tipos que tendem para o silêncio”, a que se segue “Bandeira”, em 2017, e “Conversa de Fila”, em 2019, ambos muito elogiados pela inteligência das letras e a doçura da voz. Em 2021 regressa às edições com o aclamado “Samba de Guerrilha”, álbum conceptual destacado como um dos melhores lançamentos do ano, onde Luca Argel resgata a memória e recria velhos sambas com uma musicalidade inventiva e radicalmente transformada.

Formado em música pela UNIRIO, e mestre em Literatura pela Universidade do Porto, para além da carreira a solo como compositor e como escritor, Luca Argel é também vocalista e compositor de projetos coletivos como os grupos “Samba Sem Fronteiras” e “Orquestra Bamba Social”, com quem divide a alegria de difundir a sonoridade e poesia da música brasileira em Portugal, além de dinamizar o podcast “Boi com Abóbora”, de ser um dos Djs e dinamizadores do coletivo “Tropicáustica” e de compor trilhas sonoras para dança e cinema.  

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