terça-feira, 25 de julho de 2023

NOVO DISCO DE HIDDEN HORSE














Segundo álbum de Hidden Horse, depois da surpreendente estreia com “Opala”(2022). O duo composto por João Kyron (teclas/electrónica) e Tony Watts (bateria) regressa com dez novos temas que prosseguem a ideia de imaterialização patente da hauntology, desta vez logo a partir do título, “Incorporeal”.

Incorpóreo define bem estas dez novas canções, onde continuam a criar sons para lugares onde a vigilância assombra a nostalgia e as cidades habitam-se com memórias de dias por acontecer. “Incorporeal” suspira por um futuro que ficou por realizar, onde a esperança se manifesta na forma como Kyron e Watts se libertam de fórmulas e premeiam um som apegado ao krautrock e à electrónica industrial com que cresceram nos 1980s. Ouve-se como música dinâmica, livre, que aceita o desconforto do mundo espectral que criou.

Dança-se no apocalipse, nas ruínas das cidades que imaginámos serem nossas agora e que não fomos capazes de construir. As colaborações de Arianne Churchman (“The Tape Spool Within The Horse’s Mouth) e Clothilde (Espectros No CCTV”) fazem estalar o chão e revelam a empatia que o som do duo tem com o sentimento actual, geral. Nada generalista, contudo, “Incorporeal” ouve-se como um reflexo das paranoias, medos, ansiedades, tremores e temores do presente. O que não se vê e assusta. O que não se toca e causa desordem e, por isso, relativiza-se e chuta-se para o lado. O caos do apocalipse em contrarrelógio num álbum primordial, um rugido do hoje.

“A startling step sideways from Beautify Junkyards’s sweetly spooky psychedelia, this parallel project brings the New Sonic Architecture of Eighties electronica into the 21st Century. Spacious and eerie, these glistening vistas bear comparison with Cabaret Voltaire, Chris & Cosey, and The Tear Garden, as well as the desolate moodscapesof Burial and Actress. Unmissable.”
- Simon Reynolds

"A journey through odd spaces and echoing caverns, powered along by angular rhythms and hypnotic sequencers. An electronic, motorik tapestry that feels both industrial and organic - like a dystopian Harmonia. Utterly beguiling!"
- Jim Jupp (Ghost Box Records)

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