Fotografia: Fernando Mamede
São os fragmentos que nos constroem e formam, ainda que de forma irregular. É neles que vamos beber e absorver o que queremos usar e depois transformar em algo que manteremos dentro de nós. É também de pequenos fragmentos e formas que se formam imagens e sons e que depois transformamos em criações artísticas.
Depois de Efémera, Fractal é o segundo álbum-livro em serigrafia de Rui Gaio e os 365 everydays. A capa de Fractal tem 6 variações e no seu interior encontramos frames de 12 everydays impressos em processo serigráfico acompanhados de um texto do autor para cada um deles e também um texto inédito de Catarina Machado, que assina a coordenação artística da edição. Estes 12 everydays mantém a linha sonora de sempre, usando sintetizadores, piano e voz. Representam diferentes momentos do projecto expansivo que inexoravelmente se tem tornado mais colaborativo, exemplo disso são as participações de António Poppe e Tiago Cacheiro na palavra, Fernando Mamede na cinematografia, Inês Fat na voz cantada e Sofia Martins no violino. Cada everyday é constituído por música e imagem em movimento e faz parte de um conjunto que um dia terá 365 peças.
Tal como o seu predecessor Efémera, Fractal é uma edição limitada e numerada. São 240 exemplares com design gráfico de João Flecha e Filipa Oliveira e ilustração de capa de Engrácia Cardoso impressos em serigrafia, com o selo da SudSud. Sai hoje e tem apresentação em formato único e especial no Sábado, dia 30, na Chasing Rabbits, Lisboa com listening party, projeção dos vídeos e exposição das serigrafias. Com Fractal sai também um everyday, "Beneath the Sea" conta com a participação de Sofia Martins no Violino.
Fractal terá também apresentação ao vivo no próximo dia 20 de Outubro no Village Underground, na companhia de Acid Acid.
Evento.
Rui Gaio é um pianista e compositor, recria ambientes e objectos sonoros com sintetizadores, misturando-os depois com piano e voz. Residente em Lisboa, estudou no Conservatório Regional de Tomar, a sua cidade natal. Em paralelo à atividade da sua banda Peltzer, decidiu acolher a imagem em movimento como componente das suas criações, combinando captações visuais com a sua música e publicando-as enquanto peças audiovisuais musicais, os everydays. Durante a pandemia, por motivos óbvios, as criações dispararam.
Estes everydays foram a melhor forma que Rui encontrou para se preencher e exteriorizar o que via e sentia. Rui Gaio e os 365 everydays é um projecto audiovisual musical sobre o quotidiano de pessoas, lugares e não-lugares. Numa frenética odisseia criativa, a experiência do quotidiano é convertida em peças musicais, combinada com imagens em movimento e imediatamente publicada. Tendo como base o piano e sintetizadores, estas peças designadas de everydays vão-se avolumando até completar o objectivo utópico de alcançar o número 365. Até agora, Rui Gaio lançou mais de sessenta peças, algumas das quais com colaborações musicais e audiovisuais, como é o caso de Bia Maria (voz); Inês Fat (voz), Sofia Martins (violino) André Matos Cardoso, Jéssica Baptista, Fernando Mamede (cinematografia), Tiago Cacheiro (palavra) e António Poppe (palavra).
Ao vivo, a face performativa do projecto 365 everydays de Rui Gaio traz para o palco a força criadora que as imagens em movimento oferecem. Delas emanam sons de outros quotidianos que se misturam com as progressões naturais do piano e sintetizadores tocados ao vivo. As imagens terão o papel de substituir musicalmente algumas percussões, texturas e ambientes, impondo uma arquitectura sónica estranha ao espaço onde decorre o espectáculo.
Pontualmente, algumas canções levarão o espectador para terrenos mais sólidos, com estruturas melódicas e harmónicas simples e memoráveis, devidamente guiadas pela palavra cantada.
A 22 de Julho de 2021, lançou o álbum 365 everydays em formato digital expanding play. Embora o YouTube seja a base do projeto audiovisual, o álbum pode ser ouvido em streaming no Bandcamp. Em Junho de 2022 lançou Efémera, um álbum-livro com 12 everydays impresso em serigrafia, com direção artística de Catarina Machado e edição da SudSud.
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