Bonança começa a ganhar forma em 2018 num quarto de Massamá Norte,n quando Ricardo Barroso decide tentar materializar as ideias musicais que lhe vêm à cabeça. O nome que iria adoptar não surge logo, mas quis a contingência que se cruzasse com ele esquecido numa parede de um estabelecimento comercial devoluto.
Desde então que se vem construindo um certo sentido de propósito. Fazer música, fazer arte, como modo de superação: pôr cá para fora o que nos vai cá dentro é uma manifestação da
“bonança”.
Comprometendo-se com o conteúdo, não a forma, Ricardo Barroso vem navegando de modo despreocupado pelos géneros musicais. Do post-rock ao bedroom pop, do IDM ao pop-punk, tudo serve. O que importa, no fim de contas, é lembrarmo-nos que, depois da tempestade, vem o Bonança.
Depois de um ano de relativo silêncio, apenas marcado pela partilha do single “Fossa Nova”, Bonança prepara-se para lançar no primeiro trimestre de 2024 o duplo single “Cereais”. Composto por um tema com o mesmo título e “Reflexos”, este é um lançamento que verá o projeto assumir um som mais pesado.
Se em “Reflexos” somos convidados a pensar na forma como nos vamos dissolvendo em imagens entre paredes de distorção e vazios inquietantes, em “Cereais” vemo-nos levados numa viagem sónica que nos faz perceber que a verdadeira questão não é se são os cereais ou o leite primeiro. E no fim de contas, tudo isto existe, tudo isto é triste, mas não, não é fado: é rock.
Nestas que são as primeiras faixas gravadas em estúdio, Ricardo Barroso contou com David Cunha na guitarra lead, António Miguel no baixo e Diogo Gonçalves na bateria, ocupando-se da voz e guitarra ritmo. Na captação e gravação de som esteve Bernardo Ramos, passando a mixagem e masterização novamente pelas mãos de António Miguel.
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