sexta-feira, 24 de maio de 2024

DJ VIBE ESTREIA EM NOME PRÓPRIO















Ao fim de mais de quatro décadas a comandar as pistas de dança dos melhores clubes e festivais do mundo inteiro, o que resta fazer ao mais histórico DJ nacional? Lançar-se numa nova aventura com a mesma curiosidade e emoção que o fez apaixonar-se há 42 anos: o resultado chama-se “Frequências” e é o primeiro álbum em nome próprio de DJ Vibe que sai hoje.

A musa da criação surgiu num ímpeto para o qual nem o próprio DJ Vibe estava preparado – ou alerta. Sentou-se ao computador e começou a brincar, a sorrir com a música que lhe saía da mente e se concretizava em forma de canção. Sucediam-se os sons, manipulados e conjugados de forma complexa, complexamente imponentes, complexamente impactantes. De um ímpeto, apercebeu-se que tinha em mãos algo verdadeiramente diferente do que tinha feito até então: estas frequências eram também todas elas distintas. Estes sons manipulados apontavam em direcções diversas mas tinham algo que os unia – a sua assinatura. Depois de vários registos em formato de compilação, DJ Vibe entendeu, então, que estava na hora de abraçar um novo desafio, o de se estrear em nome próprio com um registo de originais. O processo de concepção e a aventura que o fez ganhar corpo deixava claro que o título não podia ser outro: “Frequências”.

Um álbum como “Frequências” só podia ter brotado de um génio que conhece as pistas como a palma da sua mão, que as compreende como ninguém, que sabe o que faz vibrar os corpos e elevar as almas – ou, como se escuta em “Rhythm Climb”, que conta com a participação de 95 North, “body and soul coming together”. Ao longo de sete temas, há espaço para batidas fortes e profundas mas também para momentos de contemplação, há instantes de coloridas melodias mas também oscilações de respiração onde o silêncio prevalece, há synths atrevidos mas também baixos inebriantes, sem esquecer o calor dos metais ou as subtis palavras espraiadas como suaves pormenores que elevam toda uma melodia.

Quando se fala de uma pista fala-se também do mais democrático lugar do universo, aquele onde todos se encontram em igualdade, munidos apenas por um objectivo comum que aponta à liberdade do movimento: nessa democracia, DJ Vibe é líder incontestado, tanto quando homenageia o falecido par Magazino, em “Magaz”, quanto quando viaja mundo fora pelo tribalismo de “Oremos As Oscilações” ou encontra a catarse das elegantes descargas de energia de “Pulse Me Now”.

Empresário, radialista, produtor e pioneiro, quando DJ Vibe assumiu a cabine do seu primeiro clube ainda não tinha idade para votar – mas, 42 anos depois, o fascínio que o levou a enamorar-se pela loja de discos do pai não perdeu uma batida de arrebatamento. Às pistas dos melhores clubes do país e do mundo levou os seus incontornáveis DJ sets mas, agora, chegou o momento de ir ainda mais longe. Eterno apaixonado pela música e pelo cheiro do vinil, agora, vai apaixonar com a sua própria música e o seu próprio vinil.

Liberdade e paixão podem parecer adjectivos genéricos mas definem, na perfeição, o que é “Frequências”. As pistas de dança são santuários de contemplação onde os corpos procuram refúgio para que as almas se possam encontrar. Não importa a religião: em “Frequências”, todos rezam pelo mesmo livro sagrado, o da mais emblemática música de dança. Este pode bem tornar-se o seu supremo evangelho. Oremos!

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