segunda-feira, 16 de setembro de 2024

INÓSPITA COM NOVIDADES



I

















nóspita apresenta-nos Fofocas, último avanço para o seu segundo longa duração E nós, Inóspita? a ser editado na próxima segunda feira 23 de setembro de 2024.

E nós, Inóspita?, a segunda viagem solitária de Inóspita com a sua telecaster, uns quantos pedais e ainda uns quantos truques na manga por revelar, pretende evocar o conhecimento através de diferentes pessoas na sua vida que a enriquecem com as suas visões e devaneios e que permitem chegar a um fim do dia inevitavelmente sozinha mas, de alguma forma, um pouco menos só.

Sucedendo O Retrato de Cid Rosa, em Fofocas, Inóspita apresenta-nos um tema onde reina a incerteza do que não é confirmado e que tanto nos entretem, suportada por um verso de acordes longos onde procuramos a melodia que nos chama para um refrão sem receio de se vincular.

Para melhor representar a canção, Inóspita recria, com um teledisco produzido pela própria, a lenda do guitarrista de blues Robert Johnson com a participação de Chinaskee, um produtor "dos diabos".

Este disco foi gravado e co-produzido por Chinaskee em residência artística em Sintra, misturado por Hugo Valverde e masterizado por Miguel Pinheiro Marques na Arda, com apoio da SPA. A capa foi tirada por Diana Matias e o design feito por David Gote.

E nós, Inóspita? vai ser apresentado no Lux a 23 de janeiro de 2025 e os bilhetes podem ser comprados a partir de amanhã na Ticketline e locais habituais.

Em baixo o videoclipe de Fofocas, realizado e editado por Inóspita.

Alinhamento do novo disco:

De trocadilho fonético feito, o álbum começa com Inós: De Inês para Inóspita. O inicio da metamorfose. Uma canção não cantada que vai crescendo com um toque de esperança mas que volta a concluir-se em balada, sem necessidade de se complicar ou exibir.

Colinho é uma música folk de ritmo marcado. Com bases nas músicas que ouvia o seu padrasto Colin a tocar quando chegava a casa e que se conclui em acordes chateados: Pudera não embirrarmos com os nossos.

Transportando-nos para um antigamente cheio de dedilhados e baseada na técnica de chord melody, O Retrato de Cid Rosa é uma ode à mãe e ao livro controverso de Oscar Wilde.

São as Fofocas que movem o mundo e é desta forma que Inóspita tenta provocar a sua validade. É um encontro com amigos inconclusivo. Com uma parte A e B contrastantes e com uns quantos pedais a ganharem terreno, Fofocas é o híbrido de acordes de jazz com atitude e composição rock.

Diretamente dedicado ao Bruce Springsteen, influencia maior de Inóspita, Canção para Bruce é simples, empática e tenta andar nos pés de alguém cuja vida não sorriu mas que a esperança não se deixa apagar.

Com um álbum gravado em Sintra na casa da família Cintra Gomes e com todo um historial de cantinho de refugio pessoal onde a serra densa e nublada se transforma em praia bruta e bela, Cintra I & II começa com uma guitarra saltitante e dedilhada à descoberta desta beleza que cai para uma repetição frágil de loops, guitarras com oitavas e solos de guitarra e pedais que choram ao perder-se em Cintra.

“Alguém entra num bar” e todos os teus amigos estão lá e a tua banda de sonho toca algo de fundo. Contudo, em Musa Ausente a frustração de ter algo por dizer mantém-se e Inóspita monta este interlúdio onde nos deixa um poema recitado pela própria que, finalmente por palavras, nos desabafa a incapacidade de transmitir algo consciente, da constante frustração que é ser-se humano e da aceitação que talvez uma canção seja somente bela e egoísta.

Se até agora a viagem foi solitária, em E Nós Inóspita encontra, finalmente, quem lhe dê a mão e revisita o 1º tema do disco agora acompanhada com a belíssima voz da Sara Afonso, o contrabaixo do Zé Almeida e a bateria do Pedro Antunes. Nesta primeira canção em banda, finalmente cantada, que afinal funciona como um abraço à amizade que tantas vezes temos como família.

Inóspita regressa à terra dos sonhos solitários e evoca Só de Jorge Palma como despedida desta viagem cheia de dedicatórias e convocatórias com um arranjo da música de um dos álbuns que mais a acompanhou na esperança de que esta segunda viagem da guitarrista se traduza na importância da calma, empatia e diversidade do saber num mundo cada vez mais apressado, fingido, individualista e, para todos os efeitos... inóspito.

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