quinta-feira, 5 de setembro de 2024

SÉRGIO ONZE ESGOTA CONCERTO NO MUSEU DO FADO E ATUA A 28 DE SETEMBRO NO FESTIVAL CAIXA ALFAMA





















A uma semana de apresentar ao vivo o álbum de estreia, Sérgio Onze esgota o concerto no Museu do Fado. "NÓS", o disco do fadista, já se encontra disponível em formato físico e está à venda nas lojas FNAC e no Museu do Fado. Depois de ter sido considerado um dos 15 novos artistas que estão a marcar a música portuguesa em 2024 pela revista Blitz/Expresso, o fadista lança o videoclipe do novo single 'Morena Aí Do Canto'.

"O tema 'Morena Aí Do Canto', de Francisco Radamanto e Miguel Ramos, a que agora acrescentamos a produção de Ricardo Ribeiro, foi das poucas, senão a única certeza do disco. Há uma tendência, talvez transversal, de melancolizar o Fado, de usá-lo como arma de arremesso para as dores de alma, mas se o Fado é Vida também tem de ser leve, alegre e eufórico. Todo o Fado precisa de uma Morena. Esta leva-nos para o brilho da inocência”, conta Sérgio Onze.

O fadista revela, ainda que “o vídeo, gravado há exatamente três anos, tem realização dos gigantes David Breda Silva e Francisco Fidalgo, passa-se no lugar com mais brilho do mundo - o Alentejo - e brinca com a pureza da infância e do primeiro amor. Fala de liberdade e de uma súbita autoconsciência, de encolhermos os ombros quando nos perguntam 'o que queres ser quando fores grande?', quando ainda falta tanto tempo. E agora é verão e há uma Morena para quem cantar", revela Sérgio Onze.

Sérgio Onze lançou o disco “NÓS” em abril de 2024. O álbum foi produzido por Ricardo Ribeiro e AGIR, inclui canções da autoria de artistas como CONAN OSIRIS, Joana Espadinha, AGIR e Teresinha Landeiro e chega com o selo do Museu do Fado.

“O disco chama-se “NÓS” e nenhuma música tem esse título propositadamente. Cada faixa é um nó fortalecido pelo laço e o seu desenlace, tanto desafio como processo, tanto pergunta como resposta. Num todo, e além do peso de um disco de estreia, desfazem-se as regras do que deveria ser um caminho até se atingir a libertação: o alívio depois da tensão”, conta Sérgio Onze. “A base é firme e concreta: o fado inequívoco. E é com ele que se desatam outras luzes. São “NÓS” que ligam produções tão antagónicas como Ricardo Ribeiro e AGIR, é no seu centro que coexistem composições tradicionais e poemas clássicos ao lado das visões esteres de CONAN OSIRIS ou Joana Espadinha”, revela ainda o fadista.

“NÓS” conta com a participação dos músicos Bernardo Romão (Guitarra Portuguesa), Luís Guerreiro (Guitarra Portuguesa), Bernardo Saldanha (Viola), Rodrigo Correia (Viola), Manuel Oliveira (Piano) e Daniel Pinto (Viola Baixo). O álbum foi antecipado pelos singles 'Canto Ainda Por Alguém' - produzido por Ricardo Ribeiro e com base no poema com o mesmo título, da autoria de Manuel de Andrade - e 'Sapatinhos' - com produção de AGIR e música e letra de CONAN OSIRIS.

Apresentado pela primeira vez ao vivo no Centro Cultural de Belém e, mais recentemente, no festival O Sol da Caparica, o álbum "NÓS" de Sérgio Onze é agora editado na versão física. O fadista assinala o lançamento com um concerto no Museu do Fado, a 12 de setembro, e marca também presença no festival Caixa Alfama, onde atua a 28 de setembro, no Palco Amália.




















Sérgio Onze começou a cantar aos seis anos. Venceu vários concursos nacionais - entre eles a Grande Noite do Fado, em 2003 -, estudou guitarra clássica no Conservatório de Setúbal porque a voz ainda não tinha amadurecido tanto como as suas ambições e aos 17 anos começa a viver de noite, nas Casas onde ainda se sente Fado. Passou pelas Jovens Vozes de Lisboa no São Carlos, atuou no Belém Art Fest e já pisou palcos como o Campo Pequeno, o CCB, o Salão Preto e Prata, o São Luiz, o São Jorge e o Tivoli. Internacionalmente, já fez espetáculos na Alemanha, França, Finlândia, Itália e Roménia. Em simultâneo, cultivou a sensibilidade artística na Faculdade de Belas Artes e explora a multidisciplinaridade da Moda enquanto stylist, concretizando uma elevada consciência conceptual e a exigência de um propósito em tudo o que faz.

Sérgio Onze não vem do Fado, não carrega um legado ancestral nem antepassados para honrar. O Fado foi, por isso, uma decisão. Uma escolha que pareceu intrínseca, natural, como se tivesse sido encontrado, ou nele se encontrasse. Como se só a noite, a vulnerabilidade e o espanto soubessem a casa. Começar a cantar desde cedo e construir-se em contacto direto com os grandes mestres fez com que se deslumbrasse por todos os mundos que cabem dentro do Fado tradicional. Com o Fado enquanto fim para um meio e uma voz profunda e retumbante, cheia de certezas mesmo quando só se pergunta, Sérgio Onze entrega-se ao precipício que é cantar sem deixar os pés em terra firme. Na viagem, leva-nos a todos com ele com tanta firmeza que, quando nos vemos de volta ao cais, temos o corpo virado do avesso e sentimo-nos, finalmente, inteiros.

Após várias oportunidades e convites surge finalmente o seu primeiro disco “NÓS”. Uma resposta a várias perguntas que o foram assaltando durante o processo ao qual se foi enleando, fazendo, desfazendo: o próprio caminho. Não um lugar, não uma referência, mas ele por inteiro. Os nós criados com as pessoas, os processos porque passou, os caminhos que decidiu ou não escolher, refletem a sua personalidade e os mais diferentes lugares do fadista. Desde a própria produção, que conta com o cruzamento do fadista Ricardo Ribeiro e AGIR; fados tradicionais, a poetas populares; a composições de CONAN OSIRIS e Joana Espadinha são pequenos mundos que se cruzam, entrelaçam e dão vida ao seu primeiro trabalho.

Biografia por Irina Chitas
 

Sem comentários: