O cantautor luso-brasileiro Luca Argel levará ao palco do Festival da Canção 2025 a canção "Quem Foi?", uma obra que convida à reflexão sobre a imigração e a forma como olhamos "o outro". Num tempo em que as questões sobre diversidade e deslocação estão no centro do debate público, Luca Argel utiliza a sua música como veículo de questionamento e empatia.
A canção nasceu literalmente em trânsito – escrita durante um voo entre Portugal e o Brasil, num momento de introspecção sobre o que significa ser imigrante. "Ninguém escolhe a terra onde nasceu, mas se foi Deus quem nos deu pés para caminhar, quem foi que disse que eu não posso aqui ficar?", canta Luca, confrontando o público com a fragilidade das fronteiras e a urgência de um olhar mais humano sobre aqueles que procuram novas oportunidades longe da sua terra natal.
"Quem Foi?" é, assim, um manifesto poético contra a xenofobia e um tributo à resiliência dos imigrantes. A inspiração veio não apenas da experiência pessoal de Luca Argel, mas também dos relatos de amigos e conhecidos que enfrentam diariamente discriminação e dificuldades de integração. "Aconteça o que acontecer, para mim já valeu. O que mais importa ganhar está ganho. Se esta canção puder ajudar alguém a sentir-se menos só, então a missão está cumprida", partilha o artista.
Com um arranjo intimista e profundo, a canção conta com a colaboração da pianista e acordeonista Pri Azevedo, cuja escolha do acordeão em vez do piano reforça a atmosfera melancólica e envolvente do tema. A simplicidade da instrumentação, sem artifícios, coloca em primeiro plano a força das palavras e a mensagem que elas carregam.
Luca Argel não encara a participação no Festival da Canção apenas como uma competição, mas como uma oportunidade de diálogo com um país inteiro. "Se te dessem três minutos para falar com milhões de pessoas, o que dirias?", questiona o artista. No dia 1 de março, na segunda semifinal do festival, a resposta de Luca Argel será clara: os imigrantes merecem respeito.
"Quem Foi?" é dedicada a todas as pessoas que, em algum momento, ouviram um "volta para a tua terra" ou sentiram o peso do preconceito e da exclusão. No palco do Festival da Canção, Luca Argel dá voz a essas histórias, celebrando a riqueza da diversidade e a importância de um olhar mais generoso sobre o outro.
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