sexta-feira, 19 de setembro de 2025

TRÊS TRISTES TIGRES COM NOVO REGISTO










No novo disco, do qual já foram dados a conhecer os temas Animália, Exodus (com A garota não) e Água, os Três Tristes Tigres enviam cartas de amor ao mundo. Entre semelhanças e diferenças a consciência de que tudo está inscrito em cada um e de que o todo é parte do pormenor. Canções sobre migrações e turbulências animadas pelo desejo de contágios amorosos.

As letras deste novo disco, editado em vinil (Black e Marble), CD e disponível em todas as plataformas digitais – pela Omnichord, com o apoio do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores e da Fundação GDA, continuam na sua maioria escritas pela poeta Regina Guimarães e as músicas são assinadas por Alexandre Soares e Ana Deus.

Embora partissem de universos musicais muito diferentes, os cinco participantes souberam encontrar um terreno comum, onde cada gosto e influência se transformou em algo partilhado. Essa sintonia acabou por se refletir nas duas músicas criadas: a versão reinventada de “Come Home” dos Bússola e o original “Labirinto”. Dois temas que espelham a intensidade da semana e a identidade coletiva que foi crescendo entre ensaios, gravações e longas conversa.

Sobre os Três Tristes Tigres

Os Três Tristes Tigres (TTT) nasceram nos idos de 1990, à volta de um gravador de cassetes rasca. Ana Deus vinda dos BAN e Regina Guimarães fabricavam informalmente colagens e canções. Antes da formação que dará origem ao primeiro disco. Os primeiros concertos, no bar Aniki-Bobó (Ana Deus e Paula Sousa ao vivo, Regina Guimarães ao morto) assemelhavam-se a um cabaret pop, entre o poético e o corrosivo. Partes Sensíveis, de 1993, será o rasto da primeira configuração dos TTT.

Aprofunda-se então a colaboração entre Ana Deus e Alexandre Soares, um ex-GNR que entretanto se juntara à banda como músico convidado. Com a alteração do som dessa aventura artística nascerão dois discos de originais – Guia Espiritual (1996) e Comum (1998) – e uma compilação, Visita de Estudo (2001), que contém revisitações, algumas distanciadas, de composições anteriores. Além das digressões ligadas à divulgação dos discos, o pequeno planeta TTT produziu objectos de formatos variados, nomeadamente o concerto «Ferida Consentida» (1999, em torno do livro «Um beijo dado mais tarde» de Maria Gabriela Llansol), canções para filmes de Saguenail e de João Canijo.

O grupo reúne-se novamente em 2017 a convite do Teatro Rivoli, no Porto, para tocar o álbum Guia Espiritual - que, em 1996, juntamente com o prémio “Melhor grupo nacional” para os TTT foi considerado “Disco do ano” nos prémios, do então Jornal, Blitz. E, em 2020, os TTT regressam aos discos com o aclamado Mínima Luz. O lançamento do novo disco Arca está agendado para 2025.

Ana Deus e Alexandre Soares mantêm também até hoje, uma relação de trabalho com projectos ligados ao Cinema Teatro e Dança, e no colectivo Osso Vaidoso com 2 álbuns editados em 2011 e fim de 2016, com uma forte componente ligada à poesia e a instrumentação minimal, no essencial baseada em trabalho de guitarra e electrónica.

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