Os Gaztween são Miguel Tenreiro e Tito Romão, dois produtores portuenses cuja música orbita no tipo de downtempo dub que parece feito para audições nocturnas, quando a cidade já silenciou e nos resta apenas o zumbido da electrónica. Já tocaram no Ferro, no Maracujália, e chegaram mesmo a Malmö. Algures pelo caminho desenvolveram um som que se situa entre a deriva orgânica da MPB brasileira e as construções mais estruturadas da música electrónica europeia. O seu segundo álbum, II, foi gravado em três espaços intimistas—o Mr Beans, o quarto do Miguel e a cave do Tito—e mostra uma dupla menos interessada no polimento do que na possibilidade.
O disco explora temas Gaztween descrevem como "ligação íntima entre humanos e robôs". Mas o que transparece mais claramente é uma espécie de deriva meditativa, faixas que se movem lenta e deliberadamente através de paisagens electrónicas texturadas pontuadas por instrumentação acústica. Há flauta e violoncelo ao lado do seu arsenal habitual de electrónica e computadores. A faixa "Egydio", marca a primeira vez que gravaram estes dois elementos acústicos e os integraram numa composição em conjunto, embora ainda filtrada através da lente particular da dupla de processamento electrónico.
Na verdade, II talvez seja melhor entendido não como uma declaração mas como documentação de um processo - dois amigos que se encontram regularmente para experimentar, bebendo de influências tão variadas como Saint Germain, os arranjos orquestrais da música brasileira dos anos 70, e as experiências texturais de alguém como Sam Gendel.
O single “Afurada”, que antecipa este disco II, está já disponível em todas plataformas de streaming. O disco estará disponível dia 25 de Novembro com edição em vinil, e pode ser escutado antecipadamente no link abaixo.

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