segunda-feira, 27 de setembro de 2004

HORNET NO MJUNA DIA 25/09/04

Na noite de sábado os Hornet deram no MJuana um concerto de choque. Sim, disse bem: de choque. Falo de choques eléctricos. Refiro-me aos esticões que o vocalista Ricardo apanhou depois de ter virado água para cima dos cabos do microfone e dos pedais de efeito da voz. Por instantes teve de embrulhar o microfone num pano para evitar o pior e assim poder continuar a cantar. Foi o cabo dos trabalhos… Maus contactos e lá se ia a voz. Tanto gritou o Ricardo de cada vez que o microfone se calava, que no final a voz já lhe faltava.
Os Hornet são grandes músicos. Ficou mais uma vez provado. Nunca se perderam apesar de tudo. Mantiveram sempre a mesma frieza. Só possível por músicos que já tocam juntos há dezenas de anos, como é o caso.
No restante do concerto, onde o rock puro e duro com constante variações de ritmo dominou, tivemos como é habitual um Ricardo frenético a abrir uma enorme clareira à sua volta. Na guitarra, Vítor Hugo mostrou mais uma vez a sua arte. Pêpe no baixo marcou de forma discreta mas certeira o ritmo. Na bateria, Telmo chamou a si muita da atenção dos presentes. É um mestre atrás das peles.
Mas será que isto chega para que no final se recorde este concerto? Para quem nunca tinha visto a banda este show pode ficar na retina, pela maneira como os músicos se entregaram à causa. Estiveram lá de corpo e alma.
Para os restantes, este foi apenas mais um espectáculo dos Hornet. Igual a muitos outros. Ou se calhar, pelos factos relatados em cima, talvez não. Mas só por isso…
É urgente mudar qualquer coisa. As recentes gravações que a banda efectuou, mostram que existe dentro deles vontade de criar algo novo. No entanto, quando chegam ao palco tudo soa de maneira diferente e as músicas tornam-se um pouco repetitivas, só se quebrando a monotonia quando Ricardo injecta uns efeitos na voz, ou o Telmo se recria na bateria.
Pede-se mais. Muito mais. O talento está lá, tem é de haver obrigatoriamente, algum engenho para saber dar a volta à questão. Isto requer que a banda olhe um bocado para dentro e pense que é desta que as coisas vão mudar a valer.
Já é tempo!… Os fãns agradecem do fundo do coração…

Nuno Ávila

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