"Terra Dormente”, o mais recente projeto de Filho da Mãe, é editado no próximo dia 8 de abril de 2022, propondo-nos uma viagem entre dois mundos que refletem a longa travessia destes dois últimos anos e uma tensão dramática entre o sonho e a realidade.
Rui Carvalho, artisticamente conhecido como Filho da Mãe, é autor de um percurso ímpar e de um universo muito próprio na música portuguesa. As primeiras incursões com mais visibilidade nos palcos aconteceram com os “If Lucy Fell”, banda de noise pós-hardcore com tendências para a matemática desajeitada. No entanto, foi no seu percurso a solo, e a partir de uma relação profundamente cúmplice com a sua guitarra, que construiu uma identidade sonora intimista assente numa ampla e inventiva discografia: “Palácio” (Rastilho Records, 2012), “Cabeça” (Cultura Fnac e Lovers & Lollypops, 2013), “Tormenta” (Revolve, 2016), “Mergulho” (Cultura Fnac e Lovers & Lollypops, 2016) e “Água-Má” (Lovers & Lollypops, 2018).
Quatro anos após o último álbum de originais, o músico regressa às edições discográficas com “Terra Dormente”, o sexto álbum de originais, onde navega sobre o próprio movimento de confinamento e desconfinamento que todos vivemos e que foi marcado por diferentes estados emocionais entre a esperança e o pessimismo, a ilusão e a realidade. Este é um disco que reflete esteticamente sobre um estado de dúvida constante e que nos força a caminhar no imprevisível. Gravado ao longo de dois anos, o álbum foi construído em três residências artísticas, nomeadamente no Music Box (CTL), em Ílhavo/Gafanha da Nazaré (23 milhas) e, de volta a Lisboa, na Fábrica de Pão (CTL).
“Terra Dormente” é um álbum onde Filho da Mãe suscita um diálogo intermitente, ora mais explícito ora mais tácito, entre a guitarra clássica e a guitarra elétrica, acentuando um efeito de duplicidade e confusão entre dois mundos sensoriais, um deles onde predomina o sonho e a imaginação, e um outro onde se convoca uma ideia de apelo à “realidade”. Refletindo o tempo da sua criação, este é um álbum marcado pela dúvida e a incerteza, mas também pela tenacidade e a resistência. Um álbum de introspeção do tempo vivido, tanto quanto de apelo ao diálogo e à imaginação, a partir de composições que espelham a matriz de um criador que identificamos aos primeiros acordes e que aqui amplia o seu universo sonoro. Assente numa forte carga emocional, este é um álbum que reflete tensão e descompressão ao longo de todo o seu alinhamento:
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