quinta-feira, 27 de abril de 2023

DANIEL CATARINO ANTECIPA EDIÇÃO DE DISCO MEGAFAUNA COM VIDEOCLIP “FADO DO CAIXÃO”


29 Abril - GentriFest, Porto
6 Maio – CRU, Famalicão
12 Maio – Capote Fest, Évora
24 Junho - Maus Hábitos, Vila Real 
20 Agosto - Festas de São Facundo, Abrantes

SINGLE “FADO DO CAIXÃO”

Depois de nos apresentar o lado biográfico e irónico de Megafauna com o primeiro single “Berço de Ouro”, Daniel Catarino leva-nos agora a territórios mais sombrios do rock em “Fado do Caixão”, onde a crueldade humana para com as outras espécies parece não ter limites.

A volúpia do baixo, a assertividade da bateria e o dedilhar da guitarra criam tensão sob um negrume de sussurros em crescendo, que explodem no choro de um slide a deslizar pelas cordas. Somos confrontados com o enterro de um gato vivo, a imolação de uma cadela grávida, e um boi que jaz ao lado de «alguém com uma farpa na mão», numa simbiose que só a morte torna possível.

“Fado do Caixão” já está disponível nas plataformas digitais e vem acompanhado de um videoclipe realizado pelo próprio.

DISCO MEGAFAUNA

Observar o mundo de perto com olhos de satélite

Megafauna é o primeiro disco da Trilogia Bioma, em que o artista alentejano migrado no Porto se propõe a ligar metaforicamente as diferentes formas de vida com as especificidades humanas, a explorar a relação tóxica entre humanos e as outras formas de vida do planeta. O álbum surge 2 anos depois do EP Isolamento Voluntário?, e 4 anos após o LP Sangue Quente Sangue Frio. Desde 2018 que Catarino se apresenta ao vivo em power trio, e o formato vê agora a sua sonoridade impressa neste novo registo, com mais rock para reforçar a acutilância das palavras.

O novo disco de Daniel Catarino aborda dúvidas existenciais sem propor qualquer resposta e se questiona sobre quem se acha no direito de ter certezas. É um disco de cantautor, mas com os amplificadores bem altos.

A fauna proposta no título do álbum surge representada logo no primeiro tema, “Manequim”, e propaga-se por “Fado do Caixão” e “Olho do Tubarão”, que retratam os humanos pela forma como tratam os animais e os seus habitats, entre porcos a que só é reconhecido valor pelo sabor dos seus cadáveres, repastos de peixes em extinção, cães e gatos maltratados, e um tubarão que chora plástico.

Se “Fodidos” e “Até o Mais Honesto é Guloso” abordam a política social na era das opiniões debitadas em instrumentos de plástico, também há entradas a pés juntos no osso da precariedade artística em “Sonhos Sem Objectivos” e “Berço de Ouro”, que soltam lágrimas de raiva e uivos de ironia por não vivermos o mundo que sonhámos.

Embora os temas sejam largamente universais, “Teias de Aranha” fecha o disco com desabafos pessoais, narrando hipóteses perdidas, arrependimentos mal resolvidos e o amor enquanto força (des)motivadora.

Musicalmente, é rock. São canções rock despretensiosas, interpretadas maioritariamente no formato power trio que apresenta ao vivo, com momentos de psicadelia não conformada. É possível que não seja disco de deixar a rodar enquanto se escreve uma tese de mestrado ou se lava a loiça. Há malhas de guitarra que entram para furar os ouvidos, as letras tanto dão coices como carícias, o baixo dança de crista em riste, a bateria evoca pentagramas. Se os tipos do grunge não tivessem morrido, talvez soassem assim agora. É rock, com a honestidade que se lhe deve quando se tenta observar a vida de perto com olhos de satélite. Só dúvidas, zero respostas.

Megafauna é lançado em vinil, CD e nas plataformas digitais a 5 de Maio, pela editora portuense Saliva Diva. Foi produzido pelo próprio com Ricardo Cabral e Manuel Molarinho (Baleia Baleia Baleia) no entretanto gentrificado Quarto Escuro, no Porto.

Com a base rítmica fornecida por Molarinho (baixo) e Xinês (bateria), o disco conta com as participações de Francisco Lima (Conferência Inferno), Rodrigo Pedreira (Duas Semicolcheias Invertidas), e o coro formado por Angelina Nogueira e Rebecca Moradalizadeh. A masterização ficou a cargo de Joel Figueiredo (Omitir) e a arte gráfica foi criada por Cristina Viana.

Os concertos de apresentação confirmados são: 29 de Abril no GentriFest no Porto, 6 de Maio na CRU em Famalicão, 12 de Maio no Capote Fest em Évora, 24 de Junho no Maus Hábitos em Vila Real e 20 de Agosto nas Festas de São Fecundo em Abrantes.

https://danielcatarino.bandcamp.com

https://www.instagram.com/catarinod

https://www.facebook.com/catarinodaniel
https://salivadiva.bandcamp.com

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