A experiência a que chamamos vida apresenta-se sempre sobre várias formas e estágios. Dentro dessas formas e estágios as vivências e sentidos que nos vão guiando formam-nos, moldam-nos e transformam-nos naquilo que somos hoje. Existe sempre uma diferença entre todos nós que, na maioria das vezes, não se prende com a experiência em si mas sim com a forma como a olhamos, sentimos, vivemos e digerimos.
Tentar aceitar o que acontece ao invés de ficar no conforto de um buraco qualquer é um bom caminho para que nos tornemos todos cada vez mais leves, seguros e libertos.
Um impostor é alguém que tenta enganar outra pessoa, existindo diversas formas de o fazer. No fundo, e olhando de fora, não será também a vida uma impostora? Ou seremos nós os impostores em relação a ela? Pouco importa desde que tenhamos o conhecimento e a abertura suficiente para saber aceitar todos os estágios e formas em que ela se apresenta. Sabermos aceitar o tempo, a falta dele, a dor, a energia, a alegria, a tristeza e o prazer.
El Impostor é o segundo trabalho de Damn Sessions, agora já com a participação de Mário Pereira na guitarra, parte integrante da banda desde o final de 2021. É uma peça com 6 capítulos que giram em torno das mesmas progressões de acordes. De composição densa, fumarenta e com aquele toque western e dark country que tão bem caracteriza a sua sonoridade, El Impostor tem ainda traços sensuais de um tango lento coberto de veludo negro. Os 6 capítulos que o compõem, apresentam um texto único com três idiomas diferentes que vão do inglês ao português, repousando no castelhano. Um texto que retrata o envelhecimento do ser humano e processo inicial de negação, seguido, ou não, da aceitação, sendo que no fim a conclusão única possível é a de que viver é bom, seja de que forma for.
Setembro de 2006, África escondida atrás do horizonte, entre um repasto de bivalves e crustáceos. Ao sabor de vinho branco a estalar e puro malte japonês a rematar, com intensos reflexos em tom alaranjado, nasce o personagem que serve de cicerone a esta viagem chamada damn sessions.
Boémio, errante, romântico, apaixonado e explosivo, Johannes S.D. dá corpo às histórias reais e ficcionadas, vividas e imaginadas por Gê (Guitarra) e Pedro Pereira (Voz) que são descritas nas letras da banda.
A música, composta por estes dois, complementa-se com o baixo de Rui Rodrigues (Acromaníacos, Mente), a guitarra, cigar box e percussão de Mário Pereira (Necropsy, Distrust e Mechanica Sundwon) e a bateria de Marco Diogo (Ex- Myself A Grunt).
As influências, são vastas como a imensidão dos desertos onde ecoam a sua guitarra, baixo e bateria. Sente-se o calor das tascas onde se cantam ladainhas e o odor de cerveja entornada no chão de clubes noturnos onde se ouve e faz música com poucas regras. A sonoridade vagueia entre a melancolia dramática dos puros românticos e a ironia selvagem do rock na sua faceta de fora da lei.
Os seus espectáculos são uma experiência sonora e visual que transportam o público a cenários boémios e o abraçam numa harmonia melancólica capaz de o deixar envolto num desconforto reconfortante.
O primeiro trabalho, Homónimo, foi lançado em Junho de 2021 com o selo da Raging Planet e percorreu vários palcos do país, chegando até a abrir as hostes para Nick Oliveri. Agora, preparam-se para lançar o segundo trabalho, El Impostor gravado por Fred Garcias e João Martins, com produção e mistura de Fred Garcias e Gê e masterização a cargo de Alain Johannes. Com o selo conjunto da Raging Planet e Vinil Experience, tem data de lançamento de 10 de Outubro e será apresentado no dia 14 no Teatro da Comuna.
Evento.
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