Mónica confessou que três dias antes não conseguia falar. Só escrevia. Temia não mais cantar.
Ainda um pouco abalada da voz, que recuperou, ao ponto de conseguir fazer um espectáculo de um bom nível, notou-se nela, no entanto, um certo receio em puxar pelas cordas vocais.
Também por isso, arranjos de músicas mais cheios e muita comunicação com o público, pondo este por diversas vezes a cantar.
Uma grande ajuda entre os músicos, brilhantes executantes, fez manter o concerto sempre a grande nível.
Mesmo mais limitada, Mónica deu show e mostrou mesmo assim ser uma grande cantora. Como seria se não estivesse adoentada? A resposta já a tivemos tantas vezes. Mónica é dona de uma brilhante voz. Transpira sensualidade e vende simpatia.
Esta noite, por entre uma pop que passeia ao lado do soul, as músicas vestiram quase sempre arranjos mais jazz.
Os momentos mais unplugged da noite ficaram reservados para o inicio do encore onde cantou "Have a Seat" e a brilhante versão de "My Funny Valentine"
O público que aconchegou bem quase toda a plateia, vibrou durante todo o concerto, mostrando que este foi um serão bem passado.
Saúde-se por fim o profissionalismo de Mónica Ferraz, que se entregou de corpo e alma à noite, para satisfação de todos.
Texto Nuno Ávila
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