Imagine-se um projecto onde estão reunidos Rui Silva (Gon) na voz (ex - Zen), Miguel Barros no baixo (ex - Zen, actualmente a tocar com Jorge Palma), Marco Nunes (ex - Blind Zero, actualmente a tocar com Jorge Palma) e Fred na bateria (Yelow W Van entre muitos outros). Não vale a pena o esforço. Basta colocar no leitor de discos a demo dos Hiena.
Claro que o resultado não poderia ser outro. Rock! Duro e encorpado. Frontal. Directo ao corpo. Acerta em nós como um murro bem dado. Mas não dói.
Pela voz, por vezes perto de uns Zen. Pelas mudanças de ritmo, igualmente a piscar o olho aos Zen. “Crash” é disso exemplo puro. Por vezes, pelas guitarras a lembrar uns Blind Zero. Escute-se “Sink It All”, para comprovar. No entanto, o que os Hiena nos querem ofertar é um produto original, tentando fugir à cópia descarada. E quase sempre o conseguem, o que só mete mais alto a fasquia.
“Lost God” carrega dentro de si um funk contagioso, tornando-se no tema mais duro. “In Our Dreams” vive do poder “melódico” das guitarras e da força da bateria, trazendo-nos por vezes à memória um pouco dos anos 70. Por fim, “Madness”uma faixa onde o baixo não esconde o seu lado funk, dando-lhe um certo ar gingão e onde as guitarras vestem a música a preceito.
Estamos assim perante um projecto que nos faz acreditar no rock. Que nos faz vibrar com a força da música. Que nos faz rir como uma Hiena, de boa disposição.
A descobrir com certa urgência num palco perto de si.
Nuno Ávila
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